sábado, março 30, 2024

sexta-feira, julho 21, 2023

O LIVE ACTION DA BRANCA DE NEVE

Está se fazendo muita novela sobre o novo live action da Disney porque traz uma branca de neve hispânica e os sete anões cedem lugar para a diversidade. Que criatividade. Ora, um filme brasileiro já fez isso há muito tempo. Em 1979, em um dos filmes da série - Histórias que Nossas Babás Não Contavam, encontramos uma mulata, Adele de Fátima, representando a Clara das Neves. Adele era um simbolo sexual da época, famosa pela abundância de uma parte de sua anatomia Mas a diversidade não estava apenas numa mulata representando Branca de Neve. O principe no final se revela gay e foge com um dos anões, também gay. Clara das Neves decide ficar com um dos anões que, segundo ela, é pequeno apenas na altura. Tem também Costinha interpretando o caçador encarregado de matar Clara das Neves, que acaba tendo relações não muito convencionais com a heroína. Uma curiosidade é que a Adele exigiu, em seu contrato, que nas cenas em que ela aparecesse nua, não poderia ser filmada por trás. Outra é que um dos anões teve que ser contido a força, pois perdeu o controle em uma cena que fazia com Adele. A Disney tem muito a aprender com nós.

sábado, janeiro 01, 2022

NÃO OLHE PARA CIMA

Todos resolveram comentar o filme Não Olhe para Cima. O filme não é nada sutil, mas é bem engraçado. Os atores, estão ótimos, principalmente Meryl Streep. O que vale a pena no filme é você mesmo fazer a comparação dos personagens com pessoas reais. Vale para qualquer país. Interessante é que o filme foi feito para ridicularizar o negacionismo no clima, mas caiu como uma luva no negacionismo da pandemia. Se você é da ala bem a direita, não recomendo o filme. Você não vai gostar. Os outros 80% podem se divertir à vontade. Vou recomeçar as postagens cinematográficas aos poucos. Oito linhas está bom, é para readquirir o hábito. Vi outro filme na Netflix que é uma jóia, acho que vou comentar depois - A Livraria (Watch the Bookshop)

sábado, março 31, 2018

O MECANISMO

Aviso de spoiler
O Economista Acidental chegou atrasado ao nosso encontro. O Cineman e eu já estavamos conversando há uns quinze minutos.
- Li no The Guardian desta semana, eu recebo diariamente o The Guardian, edição digital gratuita é claro, e tem um artigo que diz que a etiqueta inglesa mudou. Nada mais de chegar pontualmente. No mínimo 15 minutos depois da hora marcada, disse o EA na chegada.
- Nossa etiqueta já permite isso há muito tempo, disse, mas perdestes nossa conversa sobre o The Walking Dead
- Está muito ruim, não é? Os roteiristas se perderam total
- O que eu estava falando, disse o Cineman, é que eles fizeram umas invenções, fora dos quadrinhos, que não deram certo. Já aconteceu antes e eles se recuperaram, vamos ver.
- E o Mecanismo, vocês já viram, perguntou o EA
O Cineman e eu assentimos.
- Olha, até que eu vejo algumas semelhanças com o The Walking Dead, disse o Cineman, na forma narrativa eu quero dizer. Como vocês estão carecas de saber, os zumbis são apenas um pano de fundo, um cenário, a mesma coisa no Mecanismo, os empreiteiros, os politicos, são o pano de fundo para contar a história do Rufo e da Verena que são os personagens centrais. Vocês notaram que os personagens que identificamos são os do mal, empreiteiros, funcionário de estatais e políticos. Uma exceção é o juiz Moro. E a história mesmo é desenvolvida com os personagens ficticios, embora existam referências muito leves com personagens reais.
- O doleiro que representa o Youssef é uma exceção também. Apesar de ser um personagem real bem identificado e do lado bandido, os roteiristas colocaram ele na trama central. Tem uma história dele com o Rufo e com a mulher do Rufo que é importante, arrisquei
- É verdade, parece até que houve um caso amoroso no passado que deixa o Rufo doido.
- Este Rufo é um personagem completamente louco. Ele não está nem ai para a corrupção geral, o negócio dele é fuder o doleiro, que por sinal acho que é disparado o melhor da série. Aliás puta falta de profissionalismo do Rufo. E aquela narração dele de filme noir, não está fácil. Vocês sabem que sou meio surdo, tive que apelar para as legendas, falei imitando o sussurro do Rufo .
- Deixa eu comentar uma coisa com vocês sobre as críticas que o pessoal está fazendo. A Dilma parece até que quer entrar com uma ação na justiça contra o uso daquela frase do Jucá, de estancar a sangria, que a série atribuiu ao Lula, o personagem que representa o Lula, falou o EA, mas no geral a série parece ser interessante para o PT.
- É a velha tese que todos são iguais, que sempre existiu roubo, que o cara que fura fila é a mesma coisa, falou o Cineman.
- O tal do mecanismo que o Rufo descobre, numa das passagens mais infantis da série, quando o cara da companhia de esgoto dá o cartão do seu João, o cara que resolve tudo, é muito descarada. Nada com um plano de manutenção do poder, simplesmente a velha corrupção do Ademar de Barros, Maluf e companhia, comentou o EA
- A velha esperteza da esquerda, falei, pelo menos por enquanto é o que está parecendo. Eles atacam a série como sendo contra o Lula e a Janete e enquanto isto vai sendo vendida a teoria que não houve um grande esquema de conquista e manutenção ad eternum do poder, com bilhões de dólares indo para os partidos e para o bolso, mas apenas a velha corrupção. Os grandes culpados são as empreiteiras que subornam os  diretores de estatais, que não tem nada a ver com o presidente ou presidenta que os indicaram.
- Acho que temos que aguardar a segunda temporada, disse o Cineman, mas acho que o Padilha vai continuar botando a culpa no mecanismo. Mas vamos pedir mais uma cerveja que eu já estou com a garganta seca.

Concordamos todos.
-

sábado, fevereiro 17, 2018

O MINISTÉRIO DO TEMPO

Para começar parece um filme do Mortadelo e Salaminho, heróis dos quadrinhos espanhóis. Depois de um tempo começamos a gostar e depois, quando vão aparecendo personagens famosos da história espanhola, como Cervantes, Da Vega, El Cid e Iniesta, passamos a viciar no El Ministerio Del Tiempo. O Ministério, que é um órgão secreto do governo espanhol, administra as viagens no tempo e cuida para que não existam interferências na história de Espanha. Não existe uma máquina do tempo, como na ficção tradicional, são apenas portas em um grande fosso, que levam para determinados momentos e locais na história, mas sempre dentro das fronteiras espanholas. As portas são numeradas, mas o Ministro tem um caderno que informa para que local e tempo cada porta leva. Interessante é que as comunicações por celulares e por internet permanecem existindo em qualquer tempo. Arrisque dois ou três capítulos para ver se é o seu tipo de humor.
E para quem não conhece Mortadelo e Salaminho


quarta-feira, fevereiro 14, 2018

A HISTÓRIA DA NATIONAL LAMPOON - UM GESTO FÚTIL E ESTÚPIDO

Em meados dos anos 80, Porto Alegre era uma província no que diz respeito às revistas importadas. Eu viajava seguidamente à Brasilia, mas ao invés de fazer um vôo direto, fazia uma escala no Rio de Janeiro. De manhã cedo tomava o vôo para Brasilia. O custo era o mesmo. Meu programa? Tomar um chopp em Copacabana, talvez ir na pizzaria que o Jornal do Brasil cotara como a melhor do Rio e visitar a única banca de revistas, pertinho do Leme, que vendia revistas americanas, entre as quais as minhas duas prediletas: Heavy Metal e National Lampoon.
Pois a NETFLIX lançou agora um filme sobre Doug Kenney e a criação da National Lampoon - Um Gesto Fútil e Estúpido. O filme é relativamente pesado, porque Doug e a National Lampoon eram muito pesados. Acho que só quem curtiu a National Lampoon vai gostar deste filme. Para quem não está totalmente ligado, a grife também produziu filmes. O primeiro deles, um clássico, que inspirou muita coisa que veio depois: O Clube dos Cafajestes
Feita a ressalva, se era desta turma, assista o filme e tenha algumas surpresas.

domingo, fevereiro 11, 2018

THE CLOVERFIELD PARADOX

A NETFLIX está lançando uma quantidade muito boa de filmes e séries e, apresentando muita coisa fora do circuito norte americano. A Casa de Papel, que já falamos, é um dos melhores exemplos, mas existem também as muito ruins. Eu assisti uma destas até o fim, esperando que em algum momento pudesse melhorar (eu sei que isto nunca acontece), mas o fim conseguiu ser pior que todo o resto. É tão ruim que vale a pena dar uma olhada quando você estiver de bem com a vida. Pensei até em não dizer o nome do filme, só para sacanear, mas vá lá, hoje estou bonzinho, é o The Cloverfield Paradox.
Uma pisada na bola do excelente J.J. Abrahans que já apresentou dois bons filmes na franquia Cloverfield.

sábado, fevereiro 10, 2018

A CASA DE PAPEL - SEGUNDA TEMPORADA (e última)

Como já disse no post anterior a NETFLIX promete a segunda temporada da Casa de Papel para abril ou maio (6 de abril). Confesso que é muito tempo para esperar. Socorri-me dos velhos bucaneiros e consegui toda a segunda temporada. Apesar do pequeno pecado que me fez ficar pensando em como posso ficar julgando o Aécio e o Lula, valeu a pena. Como dizem eles, o fim justifica os meios.
A segunda temporada é igualmente genial e, considerando a dificuldade de dar um fim surpreendente à uma série já surpreendente, saíram-se muito bem, diria geniais.
Se você for um cara legal, aguarde a NETFLIX, se for um transgressor lá no intimo, baixe logo a porra da segunda temporada e divirta-se.


quinta-feira, fevereiro 08, 2018

LA CASA DE PAPEL

A primeira temporada da Casa de Papel está no NETFLIX e por ser uma série espanhola, muita gente deixa de ver. Não faça isto. Casa de Papel é uma das melhores séries que eu vi este ano. A história é de um assalto extremamente bem planejado da casa da moeda da Espanha. Ao contrário dos outros filmes de assalto, onde os ladrões tem um planejamento para sair o mais rápido possível, em Casa de Papel é o contrário, o planejamento é para ficar o maior tempo possível. Não é um spoiler dizer que isto é porque o objetivo é colocar as máquinas a trabalhar e produzir a maior quantidade possível de euros. O objetivo é 2.400 milhões de euros. Apesar de desconhecidos para nós, os atores são muito bons e, junto com o enredo brilhante, nos seguram na cadeira por horas e horas. Na NETFLIX está apenas a primeira temporada, com 13 capítulos, mas já está prometido para junho a segunda temporada que irá concluir a história. Vale a pena e eu recomendo.

TRAILER DA PRIMEIRA TEMPORADA

quarta-feira, março 15, 2017

CORRA, ESCONDA-SE, LUTE

Há algum tempo atrás, publicamos aqui no Blog do Cineman, este video sobre segurança. Na nossa inocência recomendamos que valia a pena dar uma vista de olhos, porque talvez as coisas ficassem assim por aqui. Santa inocência.

sábado, novembro 26, 2016

AQUARIUS

Como todo filme brasileiro que se preze, Aquarius não tem roteiro. Os franceses tinham a fama de fazerem filmes com inicio, meio e fim, não necessariamente nesta ordem. Nós aperfeiçoamos.
As criticas sobre o filme são todas ótimas. Não consigo concordar com elas, mas se a maioria achou excelente, eu devo estar errado é claro. O filme tem duas horas e 40 minutos. Um curta metragem contaria toda a história. Talvez seja este o meu defeito, eu gosto de histórias e histórias que não tenham um fim ridículo como o de Aquarius.
A Sonia Braga, reconheço, está muito bem. Carrega o filme e talvez seja a responsável por quem conseguiu aguentar todos os 160 minutos do filme.
O diretor recorreu à um recurso antigo, o da chanchada. Bota uma música a rolar e deixa passar o tempo. Pensei que não se fazia mais isto, mas foi muito elogiado pela crítica.
No NOW por 9,90 (lembrem-se, tem que ver em um dia), em DVD por 39,90 (não façam isso) ou no POCORN de graça.
Sem dúvida é um case para a Lei Rouanet, aliás para a Lei do Audiovisual, que autorizou R$ 2,9 milhões para captação junto aos de sempre. Infelizmente para os produtores, Dilma caiu 13 dias após esta aprovação. Consequentemente mudaram as diretorias de BNDES, PETROBRAS e outros mecenas deste tipo de cinema nacional.

sexta-feira, novembro 25, 2016

SÉRIES NOVAS

Estou assistindo algumas das séries lançadas agora. O Westworld ainda não me convenceu. Muita promessa e pouca entrega. Vai ter que melhorar muito para justificar o que se espera da série. Por outro lado, Designated Survivor, começou devagar, mas está melhorando bastante. Quem ainda não começou a ver, recomendo. Das antigas, The Walking Dead, começou muito bem. Não tinha ficado uma impressão muito boa da última temporada, mas acharam o caminho. O personagem "mau", o Comediante do Watchman, está muito bom. Meio que apagou o Rick. Outra que continua interessante é Gotham, com um Pinguim espetacular. Shooter, começou agora, a gente conhece a história por causa do filme, espero que a série seja um pouco diferente. Os dois primeiros capítulos foram bem feitos. A ver.

segunda-feira, novembro 14, 2016

PRODUÇÃO INTEGRADA

O Diário Oficial de hoje publica as normas de produção integrada para uma série de novos produtos.  Acredito que estes produtos vão trazer um grande impulso para a produção integrada e torná-la finalmente conhecida pelo consumidor. Claro que é necessário um pouco de marketing. Se a produção sintrópica (invenção de um autodidata sueco que veio para o Brasil), que não tem nenhuma pesquisa que eu conheça, conseguiu ser tema de uma novela e ganhou quatro páginas da Veja, talvez não seja esperar muito algo parecido para a produção integrada. Vamos ver. O Certifica vai fazer sua parte.

quarta-feira, abril 20, 2016

PEDALADAS

O Economista Acidental, como vocês sabem, é o meu guru para assuntos econômicos e colaterais.
- Economista, me explica esta história das pedaladas. Isto é crime ou o governo tem razão e a oposição está montando um golpe?
O Economista, pareceu surpreendido com minha pergunta. Afinal eu tinha dito que nosso encontro era para discutir cinema e séries, e ele queria que eu desse minha opinião sobre um filme que eu acabara de ver - Hail, Caesar dos irmãos Cohen.
- É uma situação bem simples, não entendo porque esta discussão toda.
- Como simples Economista?
O Economista assumiu a sua pose professoral e começou:
- Vamos definir pedaladas. Quando eu trabalhava no nosso glorioso banco de desenvolvimento, nós financiávamos o estado. O banco emitia os populares CDB com juros suculentos e o dinheiro arrecadado ia para o estado. Claro que nós tirávamos uma bela comissão. Todos os bancos estatais faziam isto. Os estados nunca pagavam o empréstimo e os CDBs tinham que ser rolados, todos os anos, depois todos os meses, e não lembro se chegamos às rolagens semanais. O governo não tinha dinheiro para atender seus compromissos e fazia um empréstimo com seu banco para poder tocar adiante suas obras, pagar seus funcionários, seus CCs e quem sabe o que mais. Não usávamos este nome, mas eram pedaladas. Chegou a hora que o Banco Central achou que tinha que acabar com esta ciranda. Entrou de sola. O resultado foi que houve uma intervenção no Banco de Alagoas, o mercado sentiu que o risco zero dos bancos públicos não existia mais e os CDBs não conseguiram mais ser rolados. Depois o Banco Central fechou todos os bancos estatais, com exceção do Banrisul (maior erro do Brito) e assumiu os débitos dos estados com seus bancos.
- Sei, foi dai que surgiu a famosa dívida do estado, não é?
- Isso ai, mas a história da dívida é assunto para outra longa conversa. Continuando, para que esta história não se repetisse, foi terminantemente proibido que o estado recebesse financiamento dos seus bancos. Esta proibição foi transformada em lei, a Lei de Responsabilidade Fiscal que é claríssima nesta proibição. Então agora a pergunta. A LRF foi desrespeitada?
- Foi, claro.
- Mais ou menos, ainda temos algumas coisas a considerar. Na realidade não houve uma operação de financiamento para o estado como no exemplo que eu dei antes. A coisa foi mais lateral. Os programas sociais do governo, mas não só estes, os subsídios que o governo concedeu a varrer para os grandes empresários amigos do governo, eram pagos pelos bancos estatais, Banco do Brasil, Caixa Economica Federal, BNDES, diretamente aos beneficiários, e estes bancos ficavam com um crédito no Tesouro Nacional.
Se o governo saldasse imediatamente não haveria problema, mas no caso do governo Dilma, isto não aconteceu. E o pior, da mesma forma que nós cobrávamos uma comissão do estado pelo financiamento lastreado em CDB, os bancos públicos cobraram juros do governo.  Nestes casos, sem sombra de dúvida, estão caracterizadas  operações de financiamento,  que, como já disse, estão expressamente proibidas pela LRF. Desrespeito a item específico da Constituição e sim, passível de impeachment.

Neste momento resolvi interromper o economista porque precisava fazer alguns contatos telefônicos. O resto da conversa, vai em outra postagem.
Tchau queridos.

sábado, agosto 15, 2015

CANDIDATO ALOPRADO

Bem antes do Lula popularizar o "aloprado" garimpei esta postagem do blog do Cineman, bem antiguinha - 2007.

"Candidato Aloprado
Este fim de semana assisti quatro filmes. Quero comentar dois, até porque os dois tratavam de assunto semelhante e um assunto muito atual. Politica e politicos. O Canditado Aloprado, um péssimo nome, dirigido por Barry Levinson, é teoricamente uma comédia com Robin Williams. Só teoricamente. No final do filme tem uma frase que vale o filme todo." - Políticos são como fraldas, devem ser trocados constantemente... e pelos mesmos motivos". Lembram do Color de Mello? O Sr Calheiros não foi trocado desde aquela época. O filme é sobre um comediante, Tom Dobbs (Robin Williams), que resolve se candidatar a presidente dos Estados Unidos. Com um discurso agressivo, respondendo com clareza as perguntas, apresentando propostas muito claras, ele é exatamente o contrário dos dois candidatos principais, aqueles de sempre, do Partido Republicano e do Partido Democrata. Claro que mesmo assim ele não pode ganhar. Mas a eleição vai inaugurar um sistema de votação eletrônico. E o programa tem um grande bug. Programas americanos as vêzes tem isto, vejam a Microsoft. Antes que pensem que eu estou querendo fazer ilações com o Brasil quero declarar que nosso sistema é absolutamente seguro e nenhum roteirista nacional se atreveria a fazer um filme com uma bobagem destas. Voltemos ao filme. O dono da empresa, Stewart (Jeff Goldblum), quando avisado do bug por uma dedicada funcionária, não faz absolutamente nada. As ações da empresa estão subindo por conta do programa eleitoral. Se o caso vier a tona vem tudo abaixo. As piadas são ótimas e atuais, e melhor, totalmente aplicáveis ao mercado local. Uma entrevista de Dobbs no Saturday Night Live, com Tina Fey e Amy Poehler, é impagável, digna do Saturday Night Live. Acho que vocês não devem perder. O outro filme é menos conhecido, dirigido por Roger Spottiswoode, se chama Plano B (Spinning Boris). O assunto é a campanha para a reeleição de Boris Yeltsin na Russia. Os personagens principais são um trio de marqueteiros políticos americanos contratados para deslanchar a campanha de Yeltsin. Dinamite pura. Parece que estamos assistindo Duda Mendonça e companhia em ação. Eles tem sérios problemas para convencerem Yeltsin a participar pessoalmente de programas de televisão. "- Ele não é um sabonete", diz Tatiana (Svetlana Efremova), filha de Yeltsin, encarregada pelo pai de manter os contatos com os marqueteiros americanos que, obviamente, não podem aparecer em público, estão fechados num hotel de luxo. Se os russos souberem que os imperialistas americanos estão orientando a campanha de Boris, como dizemos aqui, deu pra ele. Tem sacadas ótimas. Com todo cuidado George Gorton (de novo Jeff Goldblum) o marqueteiro chefe, orienta Tatiana. "-Ele tem que aparecer sóbrio na TV". Um branco geral. Gorton tenta se justificar: "-Nas pesquisas apareceu que o povo não gosta que ele beba". O silêncio continua. Então Tatiana, com a cara muita séria diz: "- Então a gravação vai ter que ser pela manhã". Em outra cena eles explicam a necessidade de pesquisas. "- Ele não tem que falar o que está pensando, nós temos que descobrir o que o povo quer e é isto o que ele tem que dizer". Maravilhoso, não? Acho que vocês devem assistir a este filme também.
Era isto, até a próxima postagem."

quarta-feira, julho 08, 2015

HOMO SAPIENS 1900

Como estou com a natural preguiça dos anos vividos, vou buscando escritos antigos que de repente se  tornam atuais. Este é de 2007 e fala de um filme muito interessante - Homo sapiens 1900


HOMO SAPIENS 1900 é dirigido por Peter Cohen que fez um outro filme que é muito procurado - A Arquitetura da Destruição. O tema do filme é a eugenia. É um documentário com imagens poderosas que merece ser visto por quem estuda o assunto, por professores, alunos e porque não, por todos os que não veem o cinema apenas como diversão. O relato inicia desde o surgimento da eugenia com Sir Francis Galton na Inglaterra e vai passando por todas suas variações em diversos países do mundo, mostrando que não foi só uma loucura do Hitler e da Alemanha. A parte dedicada à Rússia é muita detalhada, começando com a conhecida pesquisa com o cérebro de Lenin pelo neurologista alemão Oskar Vogt e a criação do Instituto para Pesquisa do Cérebro onde foi montada um enorme banco de cérebros das maiores eminências russas em todas as áreas.
A Russia, em suas pesquisas, se contrapunha ao Mendel afirmando que o homem não é escravo do passado (a genética) mas capitão do futuro (o lamarkismo). Ah.. estas frases de efeito que nós conhecemos tão bem. A teoria adotada pelos cientistas russos, ou melhor, pelo governo russo, era o lamarckismo que pregava que as características adquiridas são transmissíveis para os descendentes. No documentário aparece um filme russo da época - A Salamandra, onde o lamarckismo é defendido descaradamente, inclusive com uma participação especial, como ator, do Ministro da Cultura da União Soviética, Anatoly Kmarcharssky. Lembram do comentário que fiz de Antes do Anoitecer? e o acadêmico Lisenko? Mesma teoria.
O que muito pouca gente sabe, no entanto, é que nos Estados Unidos a eugenia esteve muito em voga também. Chegou a existir uma tal de Sociedade Americana de Eugenia que, acreditem, realizava competições públicas de eugenia com juizes analisando o pedigree das familias concorrentes e distribuindo prêmios. Não aparece no filme, mas no Brasil chegou a ser realizado em 1929 o Primeiro Congresso de Eugenia onde um dos temas era - O problema Eugênico da Imigração.
Advertência para quem quiser ver: O filme é todo narrado. As imagens são de filmes antigos com a qualidade da época. Definitivamente não é para as tardes de domingo. Mas como eu já disse merece ser visto, ainda mais que este assunto, queiramos ou não, está presente de novo. Se na Russia tinhamos uma eugenia que buscava o "aperfeiçoamento" do homem pelo lado intelectual e na Alemanha se buscava um corpo ariano, não podemos desconhecer o surgimento, agora, de uma eugenia social. Talvez no fundo tudo a mesma coisa, talvez não.

Até a próxima postagem.

sábado, julho 04, 2015

A CIDADE PERDIDA (THE LOST CITY)

Na minha pesquisa semana no blog apareceu uma postagem antiga como uma das mais lidas da semana. É uma postagem sobre um filme que eu gostei muito e que acho que vocês, se não são da minguante esquerda intelectual, vão gostar (do comentário e do filme). Agora, com o nosso porto e os ventos imperialistas que sopram sobre Cuba, está muito perto de Nico, o personagem do filme, voltar para Havana. Com vocês - A CIDADE PERDIDA

Este filme saiu já há algum tempo. Não muito. Mas eu não havia visto nem comprado porque todas as críticas que li não eram muito simpáticas ao filme. Depois vi o trailer e gostei. Não pode ser tão ruim assim, pensei. Comprei o filme e vi ontem a noite. Primeira coisa - gostei muito. É o primeiro filme, e único até agora, dirigido por Andy Garcia e um filme que ele vinha preparando há pelo menos quinze anos. Um filme sobre sua Cuba, aquela que hoje é de Fidel.
O filme é baseado em um texto do escritor cubano, Guillermo Cabrera Infante, morto em 2005. Guillermo que também era critico de cinema, viveu em Cuba no período de Batista e de Fidel. Comunista, não concordou com o rumo que Fidel deu a revolução e, de certa forma, mostrou isto no seu roteiro. No meio do filme um personagem pergunta a outro: "- Mas Fidel é comunista?" e o outro com um sorriso ironico "- Fidelista".
Andy Garcia interpreta Fico Felone, um dono de cabaret, muito parecido com Rick de Casablanca para não ser proposital. Politica não lhe interessa, só o seu cabaret - El Tropico. O Cabaret e a familia. O pai um professor da universidade de Havana, a mãe, dois irmãos e suas respectivas mulheres e um tio solteiro produtor de fumo e charutos. A corrupção e a violência do governo de Fulgencio Batista é apresentada claramente na primeira parte do filme. Mas a revolução já está apontando com Fidel Castro em Serra Maestra. Em Havana um grupo de intelectuais, comandados por um misterioso lider que depois vamos saber, é Luis, um dos irmãos de Fico, tenta assassinar o ditador.Da mesma forma que Rick em Casablanca, Fico aos poucos passa a assumir uma posição política. Só que ele é levado a isto em duas situações. Uma com Fulgêncio e outra com Fidel. Ele aprende logo que ditadura é ditadura, tanto faz qual é o discurso do ditador. Um personagem que aparece bastante no filme é Che Guevara. O filme apresenta uma particularidade de Che pouco conhecida, ou divulgada - o assassino frio. Uma cena: Che passa por um soldado de Fulgêncio ferido e ordena para um comandado seu que está ao lado: "- Degola" e em seguida ao passar por outro ferido, saca o revólver e o mata a sangue frio. Outra ótima - Che doutrina um companheiro não muito brilhante, sua forma de falar é rebuscada e ininteligível para o outro. Mas Che acaba concluindo com uma máxima que nós conhecemos muito bem. "- O fim justifica os meios, companheiro". Um outro personagem real que aparece no filme é Mayer Lansky (Dustin Hoffman), o gangster judeu, amigo de Lucky Luciano e Bugsy, que explorava o jogo na Cuba de Fulgêncio. Lansky tenta convencer Fico a abrir seu cabaret para o jogo. Fico não aceita a proposta embora Lansky não seja um homem que saiba lidar bem com rejeição. Uma bomba explode no El Tropico matando a dançarina e namorada de Fico. A origem do atendado parece ser óbvia mas no final do filme, já nos Estados Unidos,Fico encontra Lansky novamente e ele lhe assegura não ter ordenado o atentado, que aquele não é seu estilo. Como Fico passa a trabalhar com Lanky fica claro que ele acreditou. O filme então, aparentemente, está relacionando o atentado com os Comandos de Acción e Sabotage, grupo ligado a Fidel, que suspeita-se tenha praticado vários atos de terrorismo em Havana.
Andy Garcia não perde muito tempo com as batalhas dos guerrilheiros de Fidel com Fulgêncio. Não é isto que ele está tentando contar. A cena de passagem de um governo, digo, de uma ditadura para outra, é simples e curta, um patético discurso de Fulgêncio na porta do avião que vai levá-lo para o exílio.
Não posso deixar de falar de um estranho personagem, The Writer (Bill Murray), que se apresenta como o homem que não tem nome. Durante todo o filme ele se deleita em dizer frases enigmáticas possivelmente significando alguma coisa que eu não me dediquei a interpretar e que sempre está ao lado de Fico. Um crítico que li, afirma que o escritor Guillermo Infante colocou este personagem para representá-lo no filme. É uma boa teoria. Mas o nosso querido Bob sempre é bem vindo.
Outra cena maravilhosa. Fico está ensaiando sua banda e seus dançarinos quando irrompe uma mulher dizendo ser a ministra dos bons costumes ou da cultura, não lembro. Ela quer que Fico elimine o saxofone da banda por ser um instrumento imperialista. (Sempre achei o trombone de vara, por sua visual agressividade, muito mais imperialista). Fico tenta explicar que o criador do saxofone foi um belga chamado Sax mas não adianta, a ministra diz que os belgas também são imperialistas e que exploram os companheiros africanos. O sax é banido. Mais tarde Fico vai ter o seu cabaret nacionalizado e, não sabendo fazer outra coisa, especialmente colher cana, decide abandonar Cuba. No aeroporto outra cena interessante. Fico é obrigado a deixar anéis, relógio, só consegue passar com sua filmadora 16 mm. "-Para que você quer uma camâra?" lhe pergunta o soldado da alfândega. "- Para filmar a decadência americana" responde Fico.
Não falei de romance mas o filme tem muito. Fico é apaixonado pela viuva de seu irmão e é correspondido. Mas Aurora (Ines Sastre) tornou-se a Viuva da Revolução e assume esta missão. Quando Fico quer leva-la para os Estados Unidos ela rejeita mas pede que ele fique."-Você acha que é uma causa perdida?" pergunta Aurora. "-Não, é uma cidade perdida".
Certamente falei demais mas são duas horas e vinte de filme portanto acho que tenho uma justificativa. Não percam. Muita música cubana, muita dança. O fim do filme é uma homenagem de Andy Garcia a Rosa Purpura do Cairo de Woody Allen.
Bom filme e até a próxima postagem

TRAILER DE CIDADE PERDIDA

Online Videos by Veoh.com

Assista o filme

sexta-feira, junho 19, 2015

AS AVENTURAS DO ANJO

Esta é para a turma com mais de sessenta, ou melhor, mais de setenta. Foi uma postagem pequena que fiz há muito tempo e agora apareceu no cadastro das mais lidas nos últimos dias. Naquela época não tinha televisão, mas tinha o rádio. E tinha a rádio Nacional e a rádio Tupy do Rio de Janeiro.  As duas melhores aventuras radiofônicas eram o Capitão Atlas e As Aventuras do Anjo. Na postagem anterior eu havia conseguido um trecho de um dos capítulos, dos arquivos da Jovem Pan. Desapareceu. Procurei as memórias da Jovem Pam e não achei mais nada.
Por sorte na pesquisa encontrei coisa ainda melhor. As histórias em quadrinhos do Anjo e algumas com possibilidade de download. Estão neste link divirtam-se:



quarta-feira, maio 13, 2015

SPY VS SPY

A visita de Raul Castro ao Papa Francisco e, principalmente, a troca de regalos - o Papa recebeu um quadro de um pintor cubano homenageando os migrantes - lembrou-me de uma postagem antiga aqui no blog que lembrava um famoso migrante cubano, Antonio Prohias. Aqui vai.

Meu neto descobriu o MAD. Hoje talvez o MAD seja um exemplo típico do politicamente incorreto. Eu gosto do MAD. Fui buscar nas prateleiras velhas algum exemplar remanescente. Encontrei uma raridade, o MAD EXTRA n˚ 1 de 1991. E com os meus favoritos - Spy vs Spy. A coletânea começa com o primeiro cartun dos Spies apresentado à Al Feldstein, editor da MAD, por seu criador, Antonio Prohias.
Antonio Prohias era cubano. Cartunista laureado, fez alguns cartuns do ditador Fulgêncio Batista, o que lhe rendeu alguns problemas. Fidel quando assumiu o poder em 59 elogiou o trabalho de Prohias. Mas cartunista é cartunista. Não tardou que Fidel, agora objeto dos cartuns, passasse a considerar Prohias non grato.
Em 1˚ de maio de 1960, três dias antes do fechamento do último jornal livre de Cuba, Prohias se mandou para os Estados Unidos.
Não falava nada de inglês. Talvez por isto criou os Spies mudos. Levou os primeiros cartuns à revista MAD e o resto é história.
Prohias foi o primeiro colaborador estrangeiro da revista MAD. Dois anos depois, outra lenda, o mexicano Aragonés, era contratado.
Prohias morreu em fevereiro de 1998 mas os Spies continuam muito vivos.



domingo, maio 10, 2015

SOBRE A ESCRITA - STEPHEN KING

A escola brasileira hoje é imbatível na produção de analfabetos. Cada vez se lê menos. Por outro lado existe muita gente querendo escrever. Os cursos ou oficinas de escrita estão cheios de pessoas querendo varinhas mágicas para escrever suas histórias.
Hoje eu tenho uma dica, que não é mágica, para essa turma - Sobre a Escrita - um livro antigo de Stephen King que acabou de ser reeditado.
Já vi todos os filmes baseados em contos de Stephen King, mas não havia lido nada até agora.
Iniciei a leitura na livraria, como faço sempre, e após vinte páginas decidi comprar o livro.
É uma mistura das experiências de vida de King, de como ele começou a escrever,  o alcoolismo, o atropelamento por um motorista irresponsável. Depois, um conjunto de princípio que podem ajudar muito quem deseja escrever. No mínimo vai poupar alguns reais de quem está cogitando uma oficina de escrita.
O mestre do terror encontrou espaço numa das poucas notas de roda pé para deixar uma mensagem subliminar. O motorista que o atropelou e quase matou, reincidente em acidentes de carro, foi condenado a apenas 12 meses de prisão e liberto em seguida. A nota de King: "Pouco antes da primeira publicação deste livro, a possibilidade de Bryan Smith dirigir qualquer veículo se acabou. Em setembro de 2000, ele foi encontrado morto no pequeno trailer em que morava, no oeste do Maine. Smith tinha 43 anos. Enquanto escrevo este texto, a causa da morte permanece indeterminada" 
Vale a pena. A crítica do Wall Street Journal, é - Um clássico incomparável.
Algumas dicas

terça-feira, maio 05, 2015

SOSTIENE PEREIRA - PÁGINAS DA REVOLUÇÃO

Esta é uma postagem antiga que tem aparecido nas estatísticas do blog como bastante vista ultimamente. É sobre o filme Páginas da Revolução, um dos últimos de Mastroianni. O filme é marcante. Gostei muito do meu comentário na época. Interessante é que já falava do companheiro Chávez.
Lá pelos idos de 64 eu trabalhava como extensionista rural no municipio de Getulio Vargas, no Alto Uruguai. Na época um dos métodos de trabalho da extensão rural era organizar grupos de produtores rurais e transmitir-lhes algumas técnicas agronômicas que, imaginavamos, poderiam melhorar a exploração agrícola. Este trabalho era feito através de reuniões e das chamadas demonstrações de método, onde se demonstrava na prática, por exemplo, como vacinar um porco contra uma tal de peste suina. Um dia eu chego em uma comunidade onde estava marcada uma reunião e não tinha ninguem. Soltei um ou dois foguetes que era a forma de avisar que tinhamos chegado e a reunião ia começar. Ninguem. Fui procurar o colono que era o encarregado da organização do evento. Constrangido ele me contou que o capelão da igreja havia dito para os colonos que nós estavamos tentando formar um grupo dos onze naquela localidade. O grupo dos onze era uma criação do Brizola para, como diriamos hoje, organizar a sociedade civil. Naquela época a Igreja estava muito preocupada com o comunismo e não se falava ainda na Teoria da Libertação. Pouco depois, em março, eclode a gloriosa revolução. Aquela suspeita levantada pelo padre local poderia vir a me trazer problemas, principalmente pelas idéias malucas que passaram a colocar na cabeça do guarda da esquina. A minha preocupação tinha alguma lógica. Um dia vi um coitado de um colono desfilar algemado pela cidade. Seu crime: a origem russa. Ele devia ter seus setenta anos e provavelmente havia saido da Russia por causa do comunismo, mas foi o suficiente para o nosso guarda da esquina considera-lo subversivo. No interior o que valia era a delação. Os inimigos politicos do prefeito delataran-no como comunista e ele foi colocado numa das primeiras listas de caçados. E o prefeito podia ser uma porção de coisas, menos comunista. Durante algum tempo a nossa gloriosa Brigada Militar ficou sediada em Passo Fundo e encarregada de conter a subversão - a ferro e fogo. Mesmo quem em algum momento havia ficado preocupado com as idéias de Jango começou a ver que estavamos metidos numa encrenca maior. Assim é com as ditaduras. Elas começam devagar, muitas vezes com grande apoio popular, mas com o passar do tempo, aqueles que tem capacidade de pensar vão vendo que cairam num engodo. Exemplo recente: nosso querido e popular vizinho - Chávez.
Pois esta semana achei um filme formidável dentro desta temática- Páginas da Revolução - O filme é baseado no livro Sostiene Pereira, do escritor italiano Antonio Tabucchi. Marcello Mastroiani, no seu ante-penúltimo papel, interpreta Pereira, editor da página de cultura do jornal Lisboa. O cenário é a Lisboa dos anos 30, mais precisamente 1936. Antonio de Oliveira Salazar é o ditador de Portugal, em Espanha acabou de iniciar a Guerra Civil Espanhola, Hitler e Mussolini já estão no poder e apoiam Antonio Franco que ainda em 36 vai vencer a Guerra Civil e transformar-se no Generalissimo Franco. Portugal está envolvida pela sua vizinhança com a Espanha. Revolucionários de uma corrente e outra ultrapassam a fronteira para fugir ou perseguir adversários. Afastado de tudo isso, Pereira tem a idéia de preparar necrológios de personalidades ainda vivas, para, como diz ele, não ser pego de surpresa. Pereira tem uma ligação muito forte com a morte. Ele vive sózinho. Ou melhor, com o retrato de sua mulher morta com quem ele conversa diariamente. Quando lê uma cronica sobre a morte ele fica impressionado e procura contatar o autor para contrata-lo para escrever os necrológios antecipados. Marcam encontro num local onde está sendo realizado um baile popular. O diretor Roberto Faenza usa o baile para mostrar a presença do fascismo em Portugal. Crianças uniformizadas ao estilo juventude Hitlerista, discursos, e o povo dançando e brincando como se fosse uma situação normal. Pereira conhece então Monteiro Rossi (Stefano Dionisi) que aceita o convite para escrever no Lisboa. Monteiro apresenta sua namorada Marta (Nicoletta Braschi) que se manifesta imediatamente como revolucionária e contra a ditadura de Salazar. O primeiro necrológio de Rossi é uma peça revolucionária. Pereira paga o artigo mas diz que é impossivel de publicar. A censura jamais vai aceitar. Ele não toma partido apenas acha que não deve publicar.
Andando em um bonde Pereira assiste a policia perseguindo populares. Em sua casa ele tem a presença viva da delação, na sua zeladora, que controla tudo o que ele faz. No café Andorinha, onde ele sempre vai tomar a sua limonada com açúcar, muito açúcar, ele conversa sempre com Manuel (Joaquim Almeida), o barman. É uma sacada irônica ótima. Ele é editor de um jornal mas é Manuel quem lhe informa o que está acontecendo nas ruas, coisas é claro que não são publicadas. Manuel sempre lhe diz que o Lisboa deve publicar a verdade. Numa clinica de emagrecimento, onde Pereira procura perder alguns quilos, ele conhece o Dr Cardoso (Daniel Auteuil) que lhe fala sobre sua teoria da congregação de almas e do "eu dominante". Nas conversas com Pereira, onde este coloca as dúvidas que está começando a ter sobre a situação política e religiosa, Dr Cardoso diz que o eu dominante de Pereira é o conservador mas que outro eu pode estar surgindo e assumir a posição do eu dominante e isto vai alterar a forma de agir de Pereira. Então aos poucos nós vamos assistindo as mudanças que vão ocorrendo em Pereira até que um evento marcante força-o a tomar uma decisão.
É um filme muito bonito que de forma muito sutil mostra como a sociedade pode ser levada para as maiores estultices sem se dar conta.
Até a próxima postagem.

domingo, maio 03, 2015

ORSON WELLES - CEM ANOS DE UM GÊNIO

Daqui a 3 dias, cem anos de Orson Welles. A maior homenagem poderá ser, ainda em 2015, o lançamento do filme The Other Side of the Wind. Orson Welles trabalhou seus últimos 15 anos neste filme sem conseguir completá-lo. Ele dizia que seria o melhor filme de sua vida. Nada fácil para quem fez o Cidadão Kane. A busca da perfeição para alguns é relativamente simples, para um gênio é muito difícil.
Há algum tempo contei uma historinha aqui no blog sobre um filme que contava uma história de uma das muitas rebeldias de Orson Welles. Lendo hoje acho que está muito extenso, mas vá lá, republico.
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Encontrei o Cineman e o Economista Acidental (ele me pediu que trocasse seu "alias" para evitar questões de direito autoral) tomando um espresso no local de sempre. O Cineman fumava o seu puro do mês (segundo ele, fumando apenas um charuto a cada trinta dias,ele vai ter um câncer de boca lá pelos 130 anos). Eu havia acabado de ver o filme O PODER VAI DANÇAR e estava curioso para saber a opinião do meu guru da sétima arte. Quando coloquei o tema em discussão, o Economista saiu na frente.
"- É um ótimo filme mas, acho que o Cineman vai concordar comigo, antes de qualquer coisa precisamos analisar o ambiente econômico da década de 30, que é quando se passa o filme."
Olhei para o Cineman e ele assentiu com a cabeça, concordando. O Economista Acidental continuou.
"- Que época foi esta? A grande depressão americana. Milhões de desempregados, pessoas literalmente passando fome nas ruas, ausência total de perspectivas. As diferenças sociais atingindo o mais alto nível da história americana. Puro caos econômico e social"
"- Assunto bem atual, então?" arrisquei.
O Economista não deu a mínima bola para o meu comentário anti-neo-liberal e continuou:
"- O governo montou um plano para criar empregos e, como subproduto, impedir o crescimento de idéias estapafúrdias, como criação de sindicatos de trabalhadores, partidos comunistas e outras que tais."
O Economista Acidental continuou.
"- Uma das medidas que o Governo tomou, e que aparece no filme, foi a criação do Federal Theatre Project. O objetivo era levar o teatro para o povo e, através da velha fórmula do circo, já que o pão estava faltando, reduzir as tensões sociais. Mas existiam, também, as razões econômicas. O Federal Theatre pretendia criar emprego para os artistas desempregados e para qualquer um que achasse melhor subir num palco do que se dedicar a artes menos nobres e mais exaustivas."
Nesta altura, puxei uma cadeira e pedi um latte. A conversa ia longe.
Era a vez do Cineman trazer o assunto de volta para o cinema.
"- Eu gostei que o Tim Robbins, apresentou um grande número de personagens reais misturado aos personagens ficticios. A diretora do Federal Theatre no filme, Hallie Flanagan, é um personagem real e ela teve mesmo que depor na Comissão do Senado que investigava as atividades comunistas. O presidente da Comissão do Senado, que aparece no filme, Martin Dies, também é um personagem real. O filme apresenta muito claramente a convicção do senador, com alguma razão, que as artes em geral e o Federal Theatre em especial, eram um reduto de vermelhos."
" - Este era o ambiente. Recessão e agitação social. Fundamental saber disto para entender o filme", completou o Economista Acidental.
"- Mas aí vem uma parte muito boa que não aparece no filme", disse o Cineman,"- Bertold Bretch, ele mesmo, já não se sentindo muito a vontade com Hitler, vai ao Estados Unidos procurando alguém para traduzir suas obras para o inglês. Uma das tradutoras com as quais ele mantem contato é Eva, mulher de Marc Blitzstein. Soou a campainha? Já ouviram este nome?"
Fui realmente surprendido. Lembrei que Marc Blitzstein aparece no filme como o compositor da peça de teatro que é o tema central do filme. Mas não podia ser.
" - Ei, este Marc é o mesmo que aparece no filme como compositor do The Cradle Will Rock?"
"- Ele mesmo," continuou o Cineman," - Marc tinha escrito uma pequena peça sobre uma prostituta - "Nickel Under the Foot" - e a executou para Bretch. Agora não percam esta. Bretch gostou mas sugere para Marc que ele amplie o tema e escreva uma peça sobre a prostituição em geral, nos negócios, na política, na igreja, nas artes. Marc compra a idéia e escreve The Cradle Will Rock - O Poder Vai Dançar. A peça de 1936 e agora o filme do Tim Robbins, baseado na peça"
" - Marc escreveu a peça em pouco mais de cinco meses." continuou o Cineman. "- Quando tentou encontrar um diretor e um produtor não achou ninguém. O Senado estava pegando pesado e o conteúdo do The Cradle Will Rock era provocador. Até que um jovem de 21 anos, ele mesmo, outro personagem real que aparece no filme - Orson Welles - decide dirigir. Orson chama seu produtor, John Horseman, também no filme e também personagem real. Os dois resolvem levar o projeto adiante."
" - O filme apresenta o muralista mexicano Diego Rivera pintando um mural no Rockefeller Center, acho que foi um artificio que o Tim Robbins usou para mostrar como estava a classe alta", disse tentando mostrar que as conversas com o Cineman já estavam me fazendo ver as sutilezas de um filme.
" - Pois Tim Robbins usou um fato real para apresentar este contraponto", continuou o Cineman, " - Diego Rivera, o muralista e comunista mexicano, pintou realmente um mural no Rockefeller Center. E o mural foi realmente destruido porque o Diego, completamente fora da casinha, resolveu pintar um retrato do Lenin no meio do seu mural"
" - Bom, se é por isto o Rockefeller também estava fora da casinha para contratar o comunista Diego para pintar um mural na catedral do capitalismo." disse o Economista Acidental com uma risada. " - Vocês viram que a Frida Khalo, também aparece no filme. Está perfeita. Mas já que vocês falaram na classe alta, mais economia. Um personagem real que aparece no filme é o William Randolph Hearst, barão da imprensa.."
" - Este Hearst é o mesmo que o Orson Welles vai se basear, sem muita sutileza, para fazer o Cidadão Kane." interrompeu o Cineman.
" - Este mesmo", completou o Economista, " - O filme mostra que ele indiretamente, melhor, diretamente, financiava o fascismo de Mussolini comprando a peso de ouro obras renascentistas."
" - A personagem que a Susan Sarandon interpreta, uma ex-amante de Mussolini que funciona como uma espécie de embaixadora, Margherita Starfatti, também é uma personagem real.", disse o Cineman esticando o pescoço para nos livrar da espessa nuvem de fumaça que ele soprava." - Mas voltando a classe baixa, estamos na data de estréia. Preocupadas com o material altamente subversivo da peça, pelo menos na cabeça deles, as autoridades determinam o fechamento do teatro onde ela vai ser apresentada. Para completar baixam uma ordem, proibindo que qualquer artista subisse no palco, qualquer palco. Orson Welles, que sempre foi gênio, organiza uma passeata pelas ruas de Nova Iorque em direção à um outro teatro. Da passeata participam todos os artistas, familiares, pessoas que tinham aparecido para a estréia e agitadores em geral. Nota.. a passeata do filme realmente aconteceu e o show todo é considerado, até hoje, como uma das maiores estréias do teatro americano. O que aconteceu? Exatamente o que aparece no filme. Marc Bletzstein sozinho no palco, com seu piano, começa a executar o primeiro tema, o da prostituta. Quando Marc começa a cantar, sem melodia alguma, a artista que interpreta a prostituta, Olive Stanton, no filme Emily Watson - ótima - levanta na platéia e começa a cantar a sua parte. E ai acontece. Todos os artistas, da platéia mesmo, vão se levantando e conduzindo a peça, em sua plenitude, até o final. Um happening."
Foi este o nosso papo regado a bom café. Está contado todo o filme mas o próprio Cineman me assegurou que não há nenhum prejuízo, pelo contrário. Tem ainda o personagem interpretado por Bill Murray, um ventriloquo, que sozinho vale um comentário. Vejam o filme. Emocionante e educativo. Ainda mais porque, de todas as crises do capitalismo, a atual é que mais se aproxima da Grande Depressão.
Até a próxima postagem.

domingo, abril 26, 2015

AINDA NOSSA CULTURA OU O QUE RESTOU DELA

Continuando com a minha leitura do Nossa Cultura, Ou o Que Restou Dela, vou encontrando cada vez coisas mais interessantes. No ensaio - How to Read a Society - Dalrymple conta as viagens que fez á Russia, ou, em suas palavras, to the other side of the looking glass. Ele conta que usou como referência um livro de um aristocrata francês, Marquis de Custine, escrito em 1843, com o título - La Russie en 1839. Este livro é importante porque analisou a sociedade russa a partir da psicologia dos seus habitantes. O livro de Custine é uma análise do efeito de um regime político e suas instituições sobre o caráter e o modo de pensar e agir de sua população. Ainda era a época do Czarismo. O Czar podia mais que Deus, pois Deus escreve apenas o futuro e o Czar reescrevia o passado. Este poder do Czar foi adotado plenamente pelo comunismo, onde a cada novo ditador que assumia, os feitos do anterior eram eliminados da história. Num grau menor, eu diria suburbano, é o que fazem os pequenos comunistas de hoje. "Nunca dantes neste país" é uma frase bem conhecida de "reescrevinhamento" do passado. Custine conta a passagem de uma festa anual no palácio de Peterhof. Os convidados chegavam ao palácio, vindos de Saint Petersburg, por barco. Um dos barcos afundou, morrendo todos os passageiros e tripulação. Na festa, nenhum comentário sobre o naufrágio. Porque na Russia czarista qualquer tragédia, ou mesmo pequena inconveniência, era assunto de estado. "Mentir é proteger a ordem social, falar a verdade é destruir o Estado". Alguma semelhança?
Custine conclui que o comunismo foi uma sequência lógica do czarismo e que sem o totalitarismo vigente na época dos czares o comunismo não teria sobrevivido.
No mesmo capítulo Dalrymple chama outra obra, desta vez Alex de Tocqueville, usando o mesmo sistema de analisar a psicologia do povo, mas desta vez em visitas a Inglaterra e aos Estados Unidos. Enquanto Custine estudos os efeitos do despotismo, Tocqueville analisou os efeitos da liberdade politica e igualdade.
Ok? tudo de bom então no sistema de liberdade política e igualitarismo? Ai é que entra a análise de Dalrymple e acaba contrariando tudo isso ai.  Mas isto eu vou deixar para vocês lerem no próprio Dalrymple.

terça-feira, abril 21, 2015

NOSSA CULTURA, OU O QUE RESTOU DELA

Procurei o livro de Theodore Dalrymple nas duas livrarias que eu tenho perto de casa, Saraiva e FNAC. Não encontrei em nenhuma delas. Só por encomenda. Eu não gosto de encomendar livros e depois ter que ir buscar. Fazia isso no século passado. O preço é bem salgado - R$ 59,90. Acabei achando a edição inglesa digital por R$ 9,00. Para quem quiser dar uma espiada no primeiro ensaio, clique aqui. São 26 ensaios do autor sobre a degradação dos costumes. Theodore Dalrymple é o pseudônimo de Anthony Daniels, médico psiquiatra que tem passagens por hospitais, por uma prisão em Birminghan (como psiquiatra), além de ter trabalhado em diversos países na Africa, América Latina e Europa Ocidental. Ele tem uma visão bem conservadora e, por isso mesmo, merece uma leitura. Terminei a leitura do primeiro ensaio. Muito interessante. Apesar de ter como base a experiência maior do autor na Inglaterra, seus pensamentos podem ser transportados para as situações que  que estamos vivenciando no Brasil e América Latina. Algumas conclusões interessantes de Dalrymple: o wellfare inglês é um dos responsáveis pelo aumento da criminalidade. Na Inglaterra o crime hoje está muito mais difundido que antigamente, mas contrariando os argumentos que ouvimos hoje,  antigamente existia mais pobreza. Hoje o estado protetor, guiado pela aparentemente generosa e humana filosofia que nenhuma criança, seja qual for a origem, pode sofrer privações, dá toda a assistência a qualquer criança, ou a mãe de qualquer criança, logo a partir do seu nascimento. Nesta situação é vantajoso para a mãe se colocar numa situação de desabrigo, ser uma mãe solteira, sem suporte do pai da criança e dependente do estado para obter rendimento. Para o pai, o estado o absolve de ter responsabilidades com a criança. O estado agora é o pai e o pai biológico está liberado para usar os seus rendimentos para o que quiser, farra, bebidas, mulheres. Mas esta ação, digamos financeira, colocada pelo estado, não é suficiente. É necessário que isto seja moralmente aceito e a intelectualidade está ai para isso. Conhecemos isso, não é?
Até outra postagem.

domingo, abril 19, 2015

LILYHAMMER - O que o Frank Tagliano pensa do Brasil

Qual é a bronca que a NETFLIX tem com o Brasil?
A excelente série Lilyhammer pega pesado e mereceria uma reprimenda oficial da presidente Dilma. A série conta a história de um mafioso americano, Frank Tagliano, que ameaçado pelos companheiros, forja sua morte e vai se esconder na Noruega, mais precisamente na pequena cidade de Lilyhammer. Lá ele faz o que sabe. Transforma alguns noruegueses em mafiosos e começa a empreender no seu velho estilo, o cabaré Flamingo, um programa de refugiados que recebe doações e mil e uma outras coisas. Na temporada 3, logo no início, aparece o Brasil. Um dos capangas noruegueses de Frank conhece uma brasileira pela internet. Vai para o Rio e já iniciam os preparativos para o casamento. Na realidade é um golpe dos brasileiros para usar um estrangeiro no transporte de drogas. O capanga de Frank acaba preso. No Ministério de Relações Exteriores, Frank faz o primeiro ataque ao Brasil quando o funcionário diz que não pode fazer nada. -"Lá nos Estados Unidos nós sabemos como tratar estas repúblicas de bananas"
Já no Brasil um advogado representante da embaixada norueguesa tem dificuldade em conseguir negociar a liberdade do capanga de Frank. Frank chama o funcionário brasileiro para o lado e...adivinhe. Negocia a propina para liberar o seu capanga. Algumas tomadas ainda mostrando o estado da prisão brasileira, mais ou menos fiéis. Depois a volta para casa com tudo resolvido. Apesar de nos sentirmos um pouco inconfortáveis com essa chacota internacional, recomendo a série que é muito boa. Na NETFLIX encontramos as três temporadas

sábado, abril 18, 2015

KINKY BOOTS - Melhor filme sobre travestis

Agora que o Jean Wyllis diz uma série de bobagens sobre a questão sexual e as liberdades individuais, nada como um filme como Kinky Boots. É uma postagem antiga que eu resolvi colocar novamente.

KINKY BOOTS - FÁBRICA DE SONHOS (7/8/2007)

O nome que deram ao filme no Brasil não tem nem de longe a malicia do nome em ingles. Kinky tem várias traduções mas ligado ao "boots" remete para B&D, boundage and domination, ações sexuais não muito convencionais estreitamente ligadas a couro, algemas, botas, coleiras e chicotes. Mas Kinky Boots, do diretor Julian Jarrold, é um excelente filme, de humor refinado como toda comédia inglesa que se preza. E um filme que, sem dúvida, podemos usar numa aula de administração. Aquilo que eu já tenho falando em diversas postagens - o uso do cinema como metodologia de ensino. Numa pequena cidade ao norte de Londres, Northampton, existe uma fábrica artesanal de sapatos. Charlie Price (Joel Edgerton), filho do dono, foi criado ao velho estilo empresarial, passando por todas as funções dentro da empresa. O pai o estava preparando para assumir o negócio como os outros pais da familia Price já haviam feito antes. Mas isto não era o que Charlie queria e o pai, cabisbaixo anuncia aos funcionários que o herdeiro não vai continuar na empresa porque vai trabalhar com marketing em Londres. E marketing soa muito feio. Charlie recem está se acomodando em Londres com sua noiva quando recebe a noticia da morte do pai. Volta e conhece a realidade da empresa. Completamente falida. Tentando salvar alguma coisa ele vai a Londres vender sua produção. Descobre a globalização. Os sapatos checo-eslovacos custam a décima parte dos seus sapatos artesanais. "- Pobres dos donos destes sapatos, eles não duram um ano, enquanto os nossos são para toda vida" diz Charlie. O comprador responde: "- Sim duram apenas um ano e eles tem que comprar outros, que ótimo não?". Desiludido Charlie volta para Northamptom e começa a despedir seu pessoal quando é confrontado por uma funcionária, que imediatamente sabemos que vai ser importante na estória, que diz "- Você é destes empresários que fica dizendo o que é que vamos fazer? e não faz nada. Trate de achar um nicho para esta empresa" Ai começam as lições. A fábrica é pequena, os custos são altos, mas ela pode produzir um produto diferenciado. Quem quer um produto diferenciado? Charlie, em Londres, defende uma suposta mulher de um assalto. Não é uma mulher. É Lola (Chiwetel Ejiofor), uma dragqueen dona de um cabaré de.. dragqueens. Quando Lola se queixa que as botas de mulher que ela usa não suportam o peso de um homem Charlie vê o seu nicho de mercado. E pelo que se sabe de Londres.. que nicho. De volta a Northamptom Charlie põe seus funcionários a trabalhar e produzem o primeiro prototipo. Mas faltou a Charlie um dos primeiros conceitos da administração. Saber exatamente o que o cliente deseja. Lola odeia as botas. Para começar as botas são cor de vinho. Que horror... Vermelho é a cor que tem que ser. E os saltos.. horrorosos..quadrados, masculinos. Os saltos tem que ser altissimos e finissimos. Colocando o seu R&D a trabalhar chegam a solução - Uma fina placa de aço poderá dar a sustentação necessária ao altissimo salto. Lola se muda para Northamptom e aos poucos os conservadores operários vão se acostumando com sua presença. Um diálogo é notável. A velha senhora, dona da pensão onde está Lola, pergunta: "Mas você é homem ou mulher?" Lola se volta preparada para enfrentar o preconceito e responde "- Homem". A dona da pensão sem dar muita importância responde: "- É só para saber como eu deixo a tampa do sanitário". Mais administração.. A forte exigência de Charlie para uma mostra em Milão produz desconforto e desmotivação no grupo. Mas um truque de Lola faz os operários perceberem a situação e se entregar de corpo e alma ao serviço.
A feira de Milão é um sucesso é claro. Um destaque na interpretação de Chiwetel, magnifico, sem em nenhum momento ridicularizar o seu personagem. E um grande talento no palco quando cantando e dançando. No DVD ainda temos alguns extras muito interessantes que mostram que a fábrica existe. Que é uma estória real. E melhor ainda.. que o filme foi feito numa fábrica artesanal de sapatos (que parou durante uns vinte dias para a filmagem) e com boa parte dos extras formados pelos próprios funcionários. E a boite de drag queens idem, com drag queens de verdade e Lola. Absolutamente imperdível.  
Até a próxima postagem.
Um pedacinho do show de Milão

sábado, abril 11, 2015

SOBRE CENSURA

Ouvindo estes papos de controle social da mídia, lembrei de uma publicação do blog há um bom tempo atrás.
A série Antes de Watchmen, que já está na edição n˚ 5, é imperdível para quem gostou de Watchmen, quadrinhos ou filme. Em cada revista é apresentado um dos personagens. A n˚ 5, é Comediante.
Quando li os primeiros quadrinhos do Comediante fiz logo uma relação que vocês já vão entender. Tinha acabado de ler na VEJA o quid pro quo do Roberto Carlos, que não quer que ninguém saiba que ele tem uma perna mecânica, Chico Buarque, Caetano, Gil e outros, contando com a adesão mais recente de ninguém menos que José Dirceu,  querendo proibir a publicação das tais biografias não autorizadas.
Pois vamos ao Comediante. Para começar ele é amigo do peito dos irmãos Kennedy e nos primeiros quadrinhos a turma toda está jogando futebol americano no pátio de John. O Comediante vai para a sala onde se encontra com Jacqueline.
Comediante - Idealista? Não mesmo, eu…
Jackie - Você luta contra o crime, certo? Bobby acha que faz isto também
Comediante - Faz mesmo. E é muito mais eficiente do que eu. Eu sou um rosto, ele é..
Jackie - Um rostinho bonito. Assim como o Jack. E você pode até não admitir que adora..
Comediante - Respeito
Jackie - ..os três. Mas eu sei que eles te adoram. "Meus meninos", como você os chamou. Eles são bastante abertos quanto a seus amores… Por exemplo. Aquela piranha drogada e oxigenada…
Comediante - Não conheço. (eheheeh)
Jackie - E mentirosos não ganham pontos. Tenha por mim um tiquinho do respeito que tem por meu marido. Sabia que ela está se engraçando com um gangster, agora…"
Comediante - Giancana
Jackie - É esse o nome dele? Eu não presto atenção. Ele é um criminoso, inimigo do crime?
Comediante - Claro que sim. É mesmo.
Jackie - E aquela puta loira, chapada até a unha do pé.. você sabe como é a língua dela? É solta, não? Eu entendo que você não seja idealista… Mas acho que sabe o que tem de ser feito, Eddie.

No próximo quadrinho o Comediante está de pé ao lado da cama de Marilyn Monroe, morta, com alguns vidros de barbitúricos ao lado. Ele dá um beijo na bunda de Marilyn e vai embora.

Nas três primeiras páginas a história passa por personagens bem mais significativos para os Estados Unidos que os meninos lá de cima para o Brasil, acusa Jackie de encomendar um assassinato, dá a entender que ela era o cérebro do grupo, que os irmãos eram uns galinhas e.. não ouvi falar de ninguém tentando impedir a publicação da revista.
Vamos aguardar dias mais coerentes por aqui.



IRENE - Pierre Lemaitre

Acabei de ler um excelente policial - Irene - do autor francês Pierre Lemaitre. Acho que é o primeiro livro dele lançado no Brasil. É um suspense sensacional que está sempre na nossa frente e tem um final bem diferente do convencional. O personagem principal é um improvável herói, inspetor da policia de Paris que tem como uma característica marcante, sua altura - 1m47cm. Vale a pena. Em qualquer livraria. Acho que R$ 49,00. Felizmente os livros subiram pouco. Aqui a página do autor  

sábado, setembro 13, 2014

SEIS ANOS DEPOIS

Eu gosto dos livros de Harlan Coben, com seu personagem Myron Bolitar. Já li todos que foram publicados no Brasil pela editora Arqueiro. Agora foi lançado o último livro de H. Coben, que não é com o Bolitar, mas que é um suspense sensacional - Seis Anos Depois. Leitura fácil, 270 páginas, e menos de R$ 40,00 e R$ 18,00 em ebook. Li de uma sentada só. Acho que vocês vão fazer o mesmo

sábado, maio 03, 2014

quarta-feira, março 19, 2014

TREINAMENTO USANDO FILMES

Esta é uma postagem antiga mas que vale a pena ver de novo.
Uma das coisas que temos sempre me interessou foi a identificação de filmes que possam ser utilizados como ferramenta de ensino. O filme, se bem utilizado, pode ser um elemento maravilhoso para transmitir uma idéia ou um conhecimento. A primeira vez que assisti este uso foi há bastante tempo, digamos anos setenta, onde em um treinamento de liderança (era a febre da época) foi utilizado o filme - Águias em Chamas (Twelve O´Clock High). É um filme de guerra, com Gregory Peck, que mostrava todos os tipos de liderança abordados pelo treinamento. A teoria deles baseava-se no peso relativo que o lider atribuia ao binômio tarefa/relacionamento. Eles criaram então os quatro quadrantes da liderança que apresento a seguir.

T

A

R

E

F

A

QUADRANTE I

RELACIONAMENTO BAIXO

TAREFA ALTO

QUADRANTE II

RELACIONAMENTO ALTO

TAREFA ALTA

QUADRANTE IV

RELACIONAMENTO BAIXO

TAREFA BAIXO

QUADRANTE III

RELACIONAMENTO ALTO

TAREFA BAIXO


R E L A C I O N A M E N T O


O quadro apresenta um vetor representando a tarefa e outro o relacionamento. Conforme se move para a direita ou para cima aumenta a intensidade do fator. Assim, por exemplo, no quadrante I nós temos um relacionamento baixo e uma tarefa alta. Este é o quadrante típico do sargento. A ordem é dada sem nenhuma preocupação com o que pensa o soldado ou o empregado. Faça isto e pronto. Já no Quadrante IV temos uma situação de alto comando. Baixa tarefa e baixo relacionamento. O presidente da empresa dá a ordem genérica e o administrador é que vai achar a forma de realiza-la e normalmente sem necessidade de construir nenhum relacionamento pessoal entre eles.
Em Aguias Em Chamas estas situações todas vão aparecendo aos poucos. O filme, dirigido por Henry King, apresenta o um grupo de aviadores americanos sediados em Archbury na Inglaterra em 1942. O batalhão é comandado pelo Coronel Davemport (Gary Merrill) que não vem tendo sucesso em suas missões. O relacionamento comandante/comandados é muito bom. Davemport é aceito e respeitado por todos seus comandados. Pelo nosso quadro acima está sendo praticado o Quadrante III, alto relacionamento e baixa tarefa. O comandante em chefe substitui Davemport pelo General Frank Savage (Gregory Peck), que chega e impõe linha durissima, muito diferente do que ocorria até então. Disciplina, trabalho duro e muito treinamento. Olhem lá no quadro -Quadrante I - Foco na tarefa, relacionamento zero. Os oficiais e aviadores reagem mas Frank Savage mantem sua linha de conduta. O resultado das missões começa a melhorar.
Além de ser um tratado sobre liderança quando se falava muito pouco nisto - o filme é de 1949 - Aguias em Chamas é um excelente filme.
Mas o objetivo desta postagem não é comentar o filme. O objetivo é deixar aqui a sugestão para que vocês utilizem o blog para sugerir filmes que possam ser utilizados em treinamentos, apresentar as experiências de vocês e possibilitar o inicio de um processo de troca que tenho certeza será muito rico.
Voltaremos ainda com este assunto.
Até a próxima postagem

Neste pedacinho de filme que vocês vão ver a seguir é claramente apresentada uma das teses do treinamento. O bom lider identifica a situação e passa a praticar o tipo de liderança requerido. Davemport está viajando no banco da frente do carro junto com seu sargento. Eles param, ele desce sozinho, amistosamente oferece um cigarro ao sargento, acende o cigarro do sargento, dá uma poucas tragadas no seu e diz "- Ok. Sargent". O sargento entende a ordem. Sai do carro, coisa que ele não havia feito antes, e abre a porta de tras, não mais a da frente, para Davemport. Davemport passou para o quadrante I. Vejam a sequência, mesmo estando sem legenda, é absolutamente clara.

sexta-feira, dezembro 20, 2013

DICAS DO TURISTA ACIDENTAL

Antes de iniciar sua viagem, o Auditor procurou o Turista Acidental e apresentou seu plano de vôo.

 - Turista, my friend, quais são tuas dicas?
O Turista Acidental olhou o plano, pensou um pouco..
- Algumas coisas interessantes no teu roteiro. Primeira parada no Raabe em Pantano Grande. Vai no pastel de queijo. O de carne é bom, mas o de queijo não tem igual. Em Alegrete, fica no hotel Caverá. Na suite tem até Jacuzzi. Preço bom. Depois de uma estrada nada melhor, não é?
Concordei com ele.
- Depois de toda esta estrada é melhor não fazer aquele churrasco tradicional. Lanchinho na Padaria Rosariense. Pertinho do hotel e muito boa.
- E em Barra do Quarai, que hotel?
- Nem pensar. Atravessa direto para Bella Union. Tem o único hotel razoável. Bella Union. Bom atendimento, boa cama, bom café. Uma quadra de uma das principais lojas do Free Shop.
- Tem Free Shop lá?
- É novo. Com algumas das lojas que encontras em Rivera, mas com algumas locais muito interessantes. A fronteira é mais chata porque tem uma ponte, mas os caras estão sempre dormindo, pelo menos no meio da semana. E para comer, defronte o rio, no parque das três fronteiras. Vale a vista. 
- Na volta vou ficar em Rosário, tem algum local razoável para ficar. 
- Tem um hotel muito bom. O Ibicui. Vais gostar. Bom preço, bom atendimento e os quartos reformados estão muito bons. Aproveita que é uma das paisagens mais bonitas do estado.

terça-feira, novembro 19, 2013

RAYLAN

Nas livrarias um livro novo de Elmore Leonard, morto este ano aos 86 anos, e com quase cinquenta livros publicados. Com total merecimento foi considerado pela Newsweek, o maior escritor de crime da América. O livro é Raylan e o personagem é ele mesmo, o Raylan da excelente série da TV americana - Justified. A história do livro já foi apresentada na série e é uma das melhores. O pessoal do plantio da maconha passa a explorar o comércio de órgãos, rins especificamente. A história é muito boa e vale pelo estilo de Elmore, um contista seco, sem muitos floreios, e que faz a gente ler como vendo um filme. Está por R$ 33,00 na Saraiva que foi onde comprei. Não perca a série também que contou durante as primeiras temporadas com a consultoria de Elmore.

terça-feira, outubro 22, 2013

ANTES DE WATCHMEN - COMEDIANTE

A série Antes de Watchmen, que já está na edição n˚ 5, é imperdível para quem gostou de Watchmen, quadrinhos ou filme. Em cada revista é apresentado um dos personagens. A n˚ 5, é Comediante.
Quando li os primeiros quadrinhos do Comediante fiz logo uma relação que vocês já vão entender. Tinha acabado de ler na VEJA o quid pro quo do Roberto Carlos, que não quer que ninguém saiba que ele tem uma perna mecânica, Chico Buarque, Caetano, Gil e outros, contando com a adesão mais recente de ninguém menos que José Dirceu,  querendo proibir a publicação das tais biografias não autorizadas.
Pois vamos ao Comediante. Para começar ele é amigo do peito dos irmãos Kennedy e nos primeiros quadrinhos a turma toda está jogando futebol americano no pátio de John. O Comediante vai para a sala onde se encontra com Jacqueline.
Comediante - Idealista? Não mesmo, eu…
Jackie - Você luta contra o crime, certo? Bobby acha que faz isto também
Comediante - Faz mesmo. E é muito mais eficiente do que eu. Eu sou um rosto, ele é..
Jackie - Um rostinho bonito. Assim como o Jack. E você pode até não admitir que adora..
Comediante - Respeito
Jackie - ..os três. Mas eu sei que eles te adoram. "Meus meninos", como você os chamou. Eles são bastante abertos quanto a seus amores… Por exemplo. Aquela piranha drogada e oxigenada…
Comediante - Não conheço. (eheheeh)
Jackie - E mentirosos não ganham pontos. Tenha por mim um tiquinho do respeito que tem por meu marido. Sabia que ela está se engraçando com um gangster, agora…"
Comediante - Giancana
Jackie - É esse o nome dele? Eu não presto atenção. Ele é um criminoso, inimigo do crime?
Comediante - Claro que sim. É mesmo.
Jackie - E aquela puta loira, chapada até a unha do pé.. você sabe como é a língua dela? É solta, não? Eu entendo que você não seja idealista… Mas acho que sabe o que tem de ser feito, Eddie.

No próximo quadrinho o Comediante está de pé ao lado da cama de Marilyn Monroe, morta, com alguns vidros de barbitúricos ao lado. Ele dá um beijo na bunda de Marilyn e vai embora.

Nas três primeiras páginas a história passa por personagens bem mais significativos para os Estados Unidos que os meninos lá de cima para o Brasil, acusa Jackie de encomendar um assassinato, dá a entender que ela era o cérebro do grupo, que os irmãos eram uns galinhas e.. não ouvi falar de ninguém tentando impedir a publicação da revista.
Vamos aguardar dias mais coerentes por aqui.



sábado, setembro 28, 2013

O CAVALO, de Steven James

Steven James escreveu uma série de livros de suspense com o agente do FBI, Patrick Bowers. Os livros levam os nomes das peças de xadrez. O primeiro que li, foi o Peão. Muito bom. Gostei muito mesmo. Em seguida saiu a Torre. Mesmo nível. E agora acabei de ler o Cavalo. Talvez o melhor. Não sei se o Bispo já foi editado em português, enquanto isto comprei na Amazon, por incríveis R$ 5,00 - The Bishop. Já estou começando a ler.

segunda-feira, setembro 16, 2013

O ANALISTA de JOHN KATZEMBACK

Tenho lido alguns livros ultimamente mas nenhum me deu vontade de compartilhar com vocês. Sabe, aquela vontade que a gente tem quando encontra algo realmente muito bom e quer imediatamente dividir com os outros. Aconteceu agora com O Analista, do jornalista e escritor John Katzembach. Na minha já proverbial ignorância eu não conhecia o Sr. Katzembach. Depois é que descobri que já havia visto um filme baseado em um livro seu - A Guerra de Hart, com Bruce Willis e Colin Ferrel. Não foi um filme que eu gostei muito apesar da história ser bem interessante.
O Analista me surpreendeu. É um suspense daqueles de começar a ler e varar a madrugada. Frederick Starks, o personagem principal, é um psicanalista de Nova York, freudiano, que no dia de seu aniversário recebe uma carta - "Feliz aniversário de cinquenta e três anos, doutor. Bem vindo ao primeiro dia de sua morte"
Supostamente o Dr. Starks causou um grande mal para o remetente da carta, e ele quer pagar em dobro. A ameaça é simples, se o Dr Starks não se suicidar em 15 dias, todos os seus parentes irão ser mortos, um de cada vez. Mas Mr. Rumplestiltskin, o misterioso autor da carta, oferece uma alternativa ao Dr. Starks, descobrir quem ele é antes da data fatal. A vida do Dr. Starks vira um inferno. Uma acusação de abuso sexual contra uma cliente, o desaparecimento misterioso de todas as suas aplicações financeiras, cancelamento de cartões, destruição do seu consultório. Inferno na terra. E uma mulher nua - Virgilio, aparece em seu consultório com esta mensagem - Ela como o velho poeta, pretende guiar o Dr. Starks para o inferno.
O livro é da editora Novo Século e numa faixa educada de preços - R$ 39,00. A edição americana é de 2002 mas só foi publicado no Brasil este ano.

quarta-feira, maio 29, 2013

INFERNO, DE DAN BROWN


Terminei de ler Inferno de Dan Brown. Dan Brown volta em grande estilo. Depois da decepção que foi o Simbolo Perdido. A forma ainda é a mesma. Uma equipe de pesquisa lhe fornece os dados com os quais ele vai prendendo nossa atenção. Conhecemos Florença e Veneza como se estivessemos passeando por suas ruas ou seus canais. As referências vão se empilhando uma sobre a outra. Um dos pesquisadores buscou a informação que no filme Fuga no Século XXIII (Logan's Run) a idade limite, para o auto sacrificio, era de 30 anos. No livro de William Nolan, em que se baseou o filme, no entanto, esta idade era de 21 anos. Na época os produtores de Hollywood acharam que o público alvo do cinema, 20 a 30 anos, não gostaria da idéia do suicídio aos 21. Dan Brown não perdeu esta informação e achou um jeito de colocá-la em Inferno. Mas a trama é boa. E a solução encontrada ao final é genial. Dan Brown parece ter evoluido na arte de dar um fim à suas histórias.
Um cientista maluco (ou não), gênio da medicina, conclui que a humanidade está no fim. É um New Malthusiano e um transhumanista. A humanidade está se multiplicando de uma forma que a natureza não conseguirá mais sustentar e não conseguirá usufruir dos benefícios que ainda estão no limiar da ciência. O fim será trágico e em muito pouco tempo. Não consegue convencer ninguém de suas teorias. Quando afirma que a peste negra foi uma resposta da natureza que permitiu a humanidade se recriar, que permitiu o surgimento da Renascença, é taxado de louco. É interessante. Já pensei muito sobre isto. Já brinquei até que a natureza vem encontrando suas formas de defesa, e uma é a proliferação do homossexualismo. Li na Veja desta semana uma reportagem sobre as mulheres que não querem mais ter filhos. Não posso deixar de pensar na Teoria da Conspiração. Que história é esta de achar que o problema é uma possível diminuição da natalidade? Talvez alguns gênios matemáticos já tenham feito seus cálculos e chegado a conclusão que o desastre está próximo. Nada melhor que despreocupar a turma dizendo que o perigo é a diminuição da natalidade enquanto se trabalha numa solução tipo a que o cientista de Dan Brown encontrou.
Leiam. Vale a pena.

sábado, maio 18, 2013

INFERNO DE DAN(TE) BROWN

Chegou nas livrarias da cidade o INFERNO, último livro de Dan Brown. Eu já havia comprado na pré venda da Amazon, na versão digital para nook, a edição brasileira saiu antes. É o que dá não acreditar na eficiência dos editores brasileiros.

domingo, maio 05, 2013

VOCÊS CONHECEM O VINE?

O Vine é um aplicativo interessante com o mesmo conceito minimalista do Twitter. Oferece possibilidades muito interessantes para a criatividade de cada um. Aqui vai um exemplo com um livro super interessante que mora, junto com alguns outros, na minha cabeceira.

terça-feira, abril 16, 2013

PRAZO PARA CERTIFICAÇÃO DE UNIDADES ARMAZENADORAS

O Cineman abre um espaço para um video sobre certificação de unidades armazenadoras. Quem só está a fim de cinema e adjacências, pode pular este.
Até um próximo.

sábado, abril 06, 2013

ROGER EBERT

Morreu, aos 70 anos, um dos grandes críticos de cinema e televisão, Roger Ebert, do Chicago Sun Times. Era um crítico diferente dos intelecualóides de plantão, entendia o gosto do povão (povão no sentido americano é claro)
Com uma pequena conversão USA/Brasil, dava para seguir suas críticas.

terça-feira, abril 02, 2013

FOTOGRAFIA DE VIAGENS

Comecei hoje um curso no Projeto Contato muito interessante. Fotografia de viagem com a professora e fotógrafa Maisa del Frari.
A maioria do pessoal viaja, fotografa e depois não sabe o que fazer com as fotos. É muita coisa, ainda mais com o digital, e poucas fotos querem dizer alguma coisa. Mostrar para os outros, nem pensar. Seria reeditar os terríveis shows de slides.
Então, além de boas fotos, é preciso algo mais. E este algo mais é o que pretende dar o curso do Projeto Contato.
Gostei da primeira aula, acho que vou gostar do resto.
Recomendo para quem gosta de fotografia e de viajar. Não custa nada trazer algumas boas lembranças. O link do curso no site do projeto contato é: clique aqui

sábado, março 23, 2013

TRANSFERINDO FOTOS E FILMES DO IPAD

Por incrível que pareça foi difícil descobrir como transferir as fotos que eu havia baixado no Ipad para o meu Imac. É praticamente automática a transferência de fotos e videos, quando são feitos com o próprio Ipad, mas com filmes baixados no Ipad a história é muito diferente. Esra é a razão deste video.

terça-feira, março 19, 2013

COLONIA DEL SACRAMENTO

Visitei Colonia e fiz algumas fotos e videos. Em breve documentário sobre esta incrivel cidade fundada pelos portugueses bem no meio da América Espanhola. Colonia do Sacramento é hoje Patrimônio da Humanidade.