Bem antes do Lula popularizar o "aloprado" garimpei esta postagem do blog do Cineman, bem antiguinha - 2007.
"Candidato Aloprado
Este fim de semana assisti quatro filmes. Quero comentar dois, até porque os dois tratavam de assunto semelhante e um assunto muito atual. Politica e politicos. O Canditado Aloprado, um péssimo nome, dirigido por Barry Levinson, é teoricamente uma comédia com Robin Williams. Só teoricamente. No final do filme tem uma frase que vale o filme todo." - Políticos são como fraldas, devem ser trocados constantemente... e pelos mesmos motivos". Lembram do Color de Mello? O Sr Calheiros não foi trocado desde aquela época. O filme é sobre um comediante, Tom Dobbs (Robin Williams), que resolve se candidatar a presidente dos Estados Unidos. Com um discurso agressivo, respondendo com clareza as perguntas, apresentando propostas muito claras, ele é exatamente o contrário dos dois candidatos principais, aqueles de sempre, do Partido Republicano e do Partido Democrata. Claro que mesmo assim ele não pode ganhar. Mas a eleição vai inaugurar um sistema de votação eletrônico. E o programa tem um grande bug. Programas americanos as vêzes tem isto, vejam a Microsoft. Antes que pensem que eu estou querendo fazer ilações com o Brasil quero declarar que nosso sistema é absolutamente seguro e nenhum roteirista nacional se atreveria a fazer um filme com uma bobagem destas. Voltemos ao filme. O dono da empresa, Stewart (Jeff Goldblum), quando avisado do bug por uma dedicada funcionária, não faz absolutamente nada. As ações da empresa estão subindo por conta do programa eleitoral. Se o caso vier a tona vem tudo abaixo. As piadas são ótimas e atuais, e melhor, totalmente aplicáveis ao mercado local. Uma entrevista de Dobbs no Saturday Night Live, com Tina Fey e Amy Poehler, é impagável, digna do Saturday Night Live. Acho que vocês não devem perder. O outro filme é menos conhecido, dirigido por Roger Spottiswoode, se chama Plano B (Spinning Boris). O assunto é a campanha para a reeleição de Boris Yeltsin na Russia. Os personagens principais são um trio de marqueteiros políticos americanos contratados para deslanchar a campanha de Yeltsin. Dinamite pura. Parece que estamos assistindo Duda Mendonça e companhia em ação. Eles tem sérios problemas para convencerem Yeltsin a participar pessoalmente de programas de televisão. "- Ele não é um sabonete", diz Tatiana (Svetlana Efremova), filha de Yeltsin, encarregada pelo pai de manter os contatos com os marqueteiros americanos que, obviamente, não podem aparecer em público, estão fechados num hotel de luxo. Se os russos souberem que os imperialistas americanos estão orientando a campanha de Boris, como dizemos aqui, deu pra ele. Tem sacadas ótimas. Com todo cuidado George Gorton (de novo Jeff Goldblum) o marqueteiro chefe, orienta Tatiana. "-Ele tem que aparecer sóbrio na TV". Um branco geral. Gorton tenta se justificar: "-Nas pesquisas apareceu que o povo não gosta que ele beba". O silêncio continua. Então Tatiana, com a cara muita séria diz: "- Então a gravação vai ter que ser pela manhã". Em outra cena eles explicam a necessidade de pesquisas. "- Ele não tem que falar o que está pensando, nós temos que descobrir o que o povo quer e é isto o que ele tem que dizer". Maravilhoso, não? Acho que vocês devem assistir a este filme também.
Era isto, até a próxima postagem."
2 comentários:
Quem diria não é? Em 2007 já tinha esta piada com o Calheiros. Hoje está mais atual ainda porque o Calheiros está comprovadamente mais sujo e de fiador do governo Collor passou a fiador do governo Dilma.
Realmente, muito atual e parabéns pela percepção e fina ironia.
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