segunda-feira, abril 30, 2007

PRISON BREAK E OUTRAS ESTÓRIAS


Acabei de assistir a primeira temporada de Prison Break. É uma série da Fox que segue o modelo de sucesso de 24 Horas, ou seja, um roteiro que faz giros de 180 graus, capítulo a capítulo. Só que em Prison Break estas viradas são feitas várias vêzes durante o capítulo. Isto nos obriga a ficar grudados na cadeira sem saber o que vem pela frente. O piloto dirigido por Brett Ratner, do último X-Man, nos apresenta um enigmático personagem fazendo uma sofisticada e enorme tatuagem que lhe cobre quase todo o corpo. São dragões, demônios, linhas, desenhos estranhos. Concluido o trabalho ele se veste cuidadosamente e...cena seguinte - está assaltando um banco. E o assalto é vagaroso, tão vagaroso que a policia chega e o prende sem resistência alguma. No julgamento descobrimos que ele é Michael Scofield, um bem sucedido engenheiro civil, com ótima condição financeira, sem nenhuma razão para ter agido daquela forma. Para tornar mais estranha a situação ele não deixa sua advogada apresentar uma defesa consistente nem fazer uma apelação baseado em seu prévio comportamento. O local onde se desenrola a estória é a cidade de Joliet, Illinois, e ele vai para o presidio estadual de segurança máxima, Fox River. Descobrimos então que na mesma penitenciária está seu irmão, Lincoln (Dominick Purcell), hóspede do corredor da morte e que deverá ser executado em um mês. Lincoln foi condenado por matar o irmão da Vice-presidente dos Estados Unidos. Michael acredita em Lincoln que diz ser inocente e que tudo foi uma trama para incriminá-lo. Michael vai ajudar Lincoln a fugir. Michael participou do projeto de construção da penitenciária, ele conhece todas as plantas. Descobrimos que a tatuagem é na verdade o mapa dos caminhos que os conduzirão à liberdade. A série tem ação, suspense, drama, intriga política, romance e alguns toques de humor. Com o tempo vamos percebendo que não é uma história de prisão apenas. A trama política é o ponto chave e é mostrada claramente a influência das grandes organizações no governo americano. Assassinatos, traições, complôs, tudo é permitido para que um projeto de energia alternativa, que traria grandes prejuizos aos produtores de petróleo, não seja levado a frente.

Acho que os filmes americanos insistem demais nesta coisa do petróleo. Isto tira um pouco da criatividade. O Cineman vai sugerir um roteiro alternativo -

Em um país comandado por um general ditador as fábricas de automóveis estão pleiteando um aumento dos preços. Como nosso cenário é uma ditadura há necessidade de aprovação do general para aumentar os preços. Os diretores das empresas vão ao general com suas reinvidicações. Nada. Como todo o general que se preza ele é linha dura. Sem aumento. O general em respeito aos empresários ainda argumenta que o povo já anda chiando demais querendo democracia e outras balelas. Um aumento dos carros só iria complicar a vida do governo. O general ainda levanta um outro problema - como as montadoras armazenam os carros prontos nos pátios das empresas, ao ar livre, todo mundo sabe que tem carro demais e que as empresas precisam vender. A velha lei da oferta e procura. E a oferta esta visivel ali nos pátios e aparecendo em todos os noticiários de TV.
O general diz: "- Como é que eu vou permitir aumento de preços com o povo vendo que vocês estão com os pátio cheios de carros?".
As montadoras, como é seu papel, montam um plano. Construir grandes armazens onde os carros ficarão escondidos e a oferta, portanto, não tão visível. Os investimentos necessários para construção dos armazéns são orçados. Uma bela cifra. Cinquenta milhões de dólares - o roteiro é nacional mas vamos usar dólares. Justo no momento em que a empresa de engenharia contratada apresenta o projeto o CEO de uma das montadoras chama os outros para uma reunião.
Dirigente da montadora A: "- Acho que temos uma solução mais barata. Um milhão de dólares". Alvoroço geral na sala de reunião. Pudera, de 50 milhoes para 1 milhão.
Dirigente da montadora A "- É que veio falar comigo um representante do sindicato e me fez uma proposta muito interessante. Ele falou que seu grupo controla completamente o sindicato e tem condições de organizar uma greve geral dos trabalhadores a título de aumento de salário.
Dirigente da montadora B: "- Mas isto só vai piorar. Nós não conseguimos aumento para os carros e ainda querem aumento de salários"
Dirigente da montadora A: "- Mas aí é que está a genialidade da idéia. Vocês não percebem? Enquanto eles estiverem em greve nós não vamos produzir carros e vamos liquidando o estoque que está no pátio. E o governo não vai poder nos acusar de nada. Quando o estoque estiver lá em baixo cessa a greve, damos uma bela correção nos salários dos trabalhadores e.. aumentamos o preço dos carros. Todo mundo sai ganhando."
Dirigente da montadora C: "- Mas e o um milhão?"
Dirigente da montadora A: "- O um milhão é o que o representante do sindicato está pedindo para organizar a greve".
Até a próxima postagem
CENAS DE PRISON BREAK - PRIMEIRA TEMPORADA

2 comentários:

Carlos Silva disse...

O roteiro do Cinemam está ótimo. Só vai ser difícil conseguir as verbas oficiais que todos os filmes nacionais utilizam. Afinal, o General era o cara que tentava fazer a coisa certa no roteiro!

Anônimo disse...

O roteiro tem algo a ver com a primeira greve do ABC?