O Cineman resolveu passar uns dias em Buenos Aires. Vasculhei as livrarias que vendem filmes, uma delas o Ateneu da Santa Cruz é claro, para ver se encontrava dois filmes argentinos que eu procuro há muito tempo - La Noche de Los Lapices e Patagônia Rebelde. Infelizmente não foram lançados ainda e, segundo me informou o atendente, talvez nem venham a ser. Uma pena. Mas encontrei um outro que eu jamais havia ouvido falar chamado Los Gauchos Judios. Los Gauchos Judios é um filme de baixa qualidade cinematográfica mas que tem um valor histórico pois trata da chegada dos primeiros imigrantes judeus à Argentina. O filme provocou algumas reações quando de sua estréia. A mais violenta foi o lançamento de três bombas incendiárias no cine Broadway. Não houve feridos. O atentado foi atribuido à um grupo "nacionalista" de extrema direita. A outra, mais sutil, foi o corte de uma cena onde o filho de um gaucho se acovarda num combate com o filho de um gaucho judeu. O censor, isto foi em 1975, entendeu o corte como necessário pois a cena desmerecia a proverbial coragem do homem dos pampas.
Na garimpagem de livros encontrei um policial de Jeffery Deaver, o escritor de Colecionador de Ossos, que ainda não foi lançado em português - O Jardim das Feras. Jeffery Deaver foge um pouco do seu estilo habitual e navega pelo romance de espionagem, e, vejam a leve coincidência, na Alemanha nazista de Hitler. O personagem principal do livro é um assassino da máfia que é contratado pelo governo americano para, durante as Olimpiadas de 36, matar um dos principais homens de Hitler, aquele que os americanos julgavam como o único com visão militar e que poderia conduzir Hitler à guerra.
Mas turismo é turismo. Não pude deixar de acompanhar meus pares ao grande espetáculo musical de Buenos Aires que é o Sr. Tango. Broadway pura. Fernando Soler sacou que nem só de tango vive o homem e fez um espetáculo musical variado que agrada todo mundo. Instrumentistas de primeira categoria, dançarinos espetaculares e, mais empresário que cantor, o levemente canastrão Fernando Soler. É aquele esquema de show com janta que acaba saindo bem salgado mas merece ser visto.
Sr TANGO
Um comentário:
Ir ao Senhor Tango é obrigatório, em B.A.! Quando estive lá, um amigo "se empedrou" e cutucou o Soler quando ele falava do gato de porcelana do tango. Alguém miava no salão e meu amigo gritava: "este gato é veado!". Lá pelas tantas, Soler, sem perder a fleuma, olhou para meu amigo e disse: "estou vendo que você está mais alegre agora que quando chegou..." O cara é meio canastrão, mas o show vale a pena.
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