terça-feira, janeiro 30, 2007

LEI E ORDEM e O METRO DE SÃO PAULO


Lei e Ordem (Law and Order) é uma série lançada nos anos 90, que continua até hoje e que recém agora teve lançadas as duas primeiras temporadas em DVD. Eu vi ambas e confesso que gostei da série. Existem divergências, devo admitir - minha mulher não aguentou nem dois capítulos. Tive que ver todo o resto sozinho. A série tem uma concepção interessante. Cada capítulo é baseado numa situação real, embora a afirmação ..qualquer semelhança com.., e dividida em duas partes - a Lei e a Ordem. Metade do capítulo é dedicado a investigação policial e de uma forma muito próxima da realidade. Não existem tiroteios, perseguições enlouquecidas.. é o velho e monótono trabalho policial. Mas aí é que começa a ficar interessante. Identificado o criminoso entra a Ordem. Promotores discutem a consistência das provas existentes e se existem elementos de convicção que possam levar o suspeito á julgamento. Nesta parte é que é apresentado o sistema judicial americano, mais especificamente o de Nova Iorque, e todas suas complexidades. Não existe uma preocupação em desenvolver os personagens. Não sabemos nada de nenhum deles, vida familiar, passatempos .. a preocupação é com a estória do crime, a investigação e o julgamento. Num capítulo que particularmente me chamou a atenção um sem-teto esfaqueia um transeunte. A policia durante a investigação localiza a área do Central Park onde o sem-teto passa as noites. Na busca é encontrada a faca. Impressões digitais conclusivas, manchas de sangue com tipo coincidente com a da vitima. Problema - A policia não tinha uma ordem judicial para fazer a busca. Era um local público mas com caixas de papelão que atestavam a existência de uma moradia. Na maioria das estórias aparece a negociação. Reduzir a pena de um criminoso em troca da condenação de um criminoso maior faz parte da normalidade do trabalho da promotoria. Nem sempre a promotoria ganha. Muitos acusados, claramente culpados, conseguem escapar através de artificios jurídicos ou por simples empatia dos jurados com o advogado de defesa ou com o acusado.
Mas, porque o metro de São Paulo? Li na Folha de São Paulo de ontem, segunda feira, que o Ministério Público Estadual de São Paulo está promovendo uma ação cívil contra o gerente do Metrô e algumas empresas envolvidas nas obras do Metrô. Ficamos sabendo que o gerente da construção da hoje tristemente famosa linha 4-Amarela , Marco Antonio Buoncompagno, já estava sendo processado na Justiça desde 1992 sob a acusação de participação num esquema ilegal de contratações públicas com uma empreiteira, Andrade Gutierrez, que é exatamente uma das que participa da construção do Metrô e que ele, Marco Antonio, é encarregado de fiscalizar. Ficamos sabendo mais. Que este esquema fraudulento teria levado ao enriquecimento de Antonio Sérgio Fernandes, ex-presidente do Metrô no governo de Orestes Quércia. Que prato para os roteiristas do Law and Order. (uso intencional do inglês porque no Lei e Ordem vai ser dificil)
ABERTURA DE LAW AND ORDER

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2 comentários:

Carlos Silva disse...

Eu gosto desta série há muito tempo e também o SVU, cuja "atuação" do Ice T é genial! É uma trama muito interessante, pois mostra realmente como funciona o "sistema". Nada mau, mas não daria certo um "lei e ordem" tupiniquim.

Não caberia em um episódio, pois a lentidão da nossa justiça é conhecida. Também, já pensaram em uma grande vitória da promotoria, condenando um assassino serial a 400 anos de prisão e ele estaria fora, legalmente, em menos de 10? Fácil entender: o máximo permitido por nossa lei é 30 anos (não importa a quantos ele foi condenado) e um terço disso é 10 anos, quando entra a tal "progressão de pena" mas conta o que tempo que ele estava esperando julgamento, logo... e crimes hediondos, que teriam que ter sua sentença cumprida na íntegra no regime fechado (os 30 anos, independente do tamanho da sentença) também estão na fase de "relaxamento".

E tem quem defenda a "ressocialização" da corja que mata indiscriminadamente, certa da impunidade que grassa em nosso pobre País. E agora, com um pouco de pressão, já temos a mídia reclamando da atuação da Brigada Militar gaúcha (atirar em bandido para não matar? como fazer isto em meio a um tiroteio onde o bandido está armado e disposto a matar?)

Enfim, a série é muito boa, senão não ficaria este tempo todo no ar! Vale a pena ver os antigos episódios, mesmo que você veja a série atual, pois cada um é uma trama individual.

Anônimo disse...

Também gosto da série. Tanto as primeiras temporadas como as atuais. Pegando um gancho no que disse o buggyman a grita contra a mídia foi tanta que a ZH teve que sair com um editorial. Agora eu quero que me expliquem o que é que a governadora quiz dizer com "tem que ver onde atira". Fiquei sem saber se é para atirar na mão como o Durango Kid ou no lóbulo frontal como o Juba - o sniper iraquiano.