domingo, dezembro 10, 2006
FIDEL
Pois um dia destes estava matutando sobre as noticias da morte anunciada de Fidel Castro. Um jornal ingles inclusive publicou que o "comandante" morre antes do Natal, pois tem um cancer muito grave e recusa o tratamento recomendado. Por que? Quais são as razões para alguem não aceitar uma chance de salvação ou pelo menos a prorrogação da vida? Ninguem disse ainda mas me parece muito simples. O tratamento de cancer fará Fidel Castro perder a sua marca registrada, a barba. A barba é um simbolo de toda sua luta. O mito. Como ficará o mito? O comandante não quer arriscar. Mas existem heróis que as vezes arriscam.
Henry Fonda representava no cinema sempre o papel do americano integro. As vezes herói, aliás muitas, as vezes um homem do povo, mas sempre presente aquela integridade que os americanos cultuam e nem sempre tem. Um dia Sergio Leone o convida para representar um personagem que era o contrário de tudo o que ele já tinha feito. O papel de bandido num western. Como o público iria receber isto? O filme - "Era uma vez no oeste" e Henry Fonda nos brindou com um dos seus melhores trabalhos. É um filme longo, lento e maravilhoso. Não dá para ver nas cópias de VHS, mas a edição em DVD está um luxo. Lembram da música? Acho que a melhor de toda aquela coleção de até boas músicas dos westerns italianos.
É, o comandante poderia arriscar, se a roupa não faz o monge a barba também não faz o mito e acho que todo o mundo, em algum momento, admirou Fidel Castro e gostaria tê-lo um pouco mais por aqui. (com exceção dos cubanos, talvez)
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2 comentários:
Estranha coincidência essa que aproximou, no desfecho de suas vidas, os dois ditadores mais midiatizados das últimas décadas. Situados nos dois extremos do espectro político, Pinochet – que já viajou – e Fidel – em preparativos –, confirmaram o refrão de que os extremos se atraem. O que se foi anteontem, contabilizou, segundo a mídia, em torno de 3000 mortos, em 17 anos de tirania. O que sobrevive, segundo a mesma contabilidade, cerca de 15000 mortos, num intervalo, ainda aberto, de 47 anos. Se fosse possível uma comparação estatística nesta produção macabra, o segundo levaria vantagem de 319 contra 176,5 mortos por ano de despotismo. O primeiro “administrou” a transição para a democracia, enquanto o segundo parece estar “resistindo” até que a casa se arrume para uma sucessão dinástica, por irônico que isso seja. Essas divagações, derivadas do comentário ao lado, fazem-me crer, discordando do jornal britânico lembrado (que prevê um desenlace natalino para Fidel), que o “comandante” – que se caracterizou como um resistente às pressões do “inferno” e “demônios” do norte –, sobreviverá ao papai-noel deste ano. Também, não creio que ele deixaria de se submeter a qualquer tratamento para sobreviver. Ele não titubeou em abandonar o simbólico charuto, quando este afetou sua saúde, sublimando o fato como exemplaridade. A farsa sempre foi intrínseca no bolchevismo, não havendo qualquer problema em representar de barba postiça.
Estou louco para rever, em DVD, o filme “Era uma vez no oeste” que a Paris Cinema e Café recomenda. Mas não acredito que Fidel tenha a coragem de mudar de imagem como o grande Henry Fonda fez nesse filme. Seria o caso de, num derradeiro papel, como num canto do cisne, o “comandante” decidisse encarnar o grande conciliador e legasse aos cubanos e ao mundo, o restabelecimento da democracia em Cuba...
Estranha coincidência essa que aproximou, no desfecho de suas vidas, os dois ditadores mais midiatizados das últimas décadas. Situados nos dois extremos do espectro político, Pinochet – que já viajou – e Fidel – em preparativos –, confirmaram o refrão de que os extremos se atraem. O que se foi anteontem, contabilizou, segundo a mídia, em torno de 3000 mortos, em 17 anos de tirania. O que sobrevive, segundo a mesma contabilidade, cerca de 15000 mortos, num intervalo, ainda aberto, de 47 anos. Se fosse possível uma comparação estatística nesta produção macabra, o segundo levaria vantagem de 319 contra 176,5 mortos por ano de despotismo. O primeiro “administrou” a transição para a democracia, enquanto o segundo parece estar “resistindo” até que a casa se arrume para uma sucessão dinástica, por irônico que isso seja. Essas divagações, derivadas do comentário ao lado, fazem-me crer, discordando do jornal britânico lembrado (que prevê um desenlace natalino para Fidel), que o “comandante” – que se caracterizou como um resistente às pressões do “inferno” e “demônios” do norte –, sobreviverá ao papai-noel deste ano. Também, não creio que ele deixaria de se submeter a qualquer tratamento para sobreviver. Ele não titubeou em abandonar o simbólico charuto, quando este afetou sua saúde, sublimando o fato como exemplaridade. A farsa sempre foi intrínseca no bolchevismo, não havendo qualquer problema em representar de barba postiça.
Estou louco para rever, em DVD, o filme “Era uma vez no oeste” que a Paris Cinema e Café recomenda. Mas não acredito que Fidel tenha a coragem de mudar de imagem como o grande Henry Fonda fez nesse filme. Seria o caso de, num derradeiro papel, como num canto do cisne, o “comandante” decidisse encarnar o grande conciliador e legasse aos cubanos e ao mundo, o restabelecimento da democracia em Cuba...
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