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terça-feira, abril 24, 2007
De Buenos Aires a Jânio Quadros
Esta semana não tive tempo para o nosso blog. Acontece que depois de muito tempo resolvi voltar a capital de nossos irmãos argentinos. Buenos Aires continua sendo uma cidade maravilhosa. Enfrentou problemas no passado recente, os quais eu me recusei a assistir, mas agora voltou ao normal. E o normal está melhor que antes. Os argentinos aprenderam muito com a situação que enfrentaram. Desconheço povo mais amável com os visitantes. Talvez o que nos incomodasse no passado fosse a sua proverbial arrogância. Isto não existe mais. Eu vi muito de realismo nas palavras de todas as pessoas com quem conversei. Mas falando em cinema eles continuam com uma coisa que eu semprei achei sensacional - o horário dos cinemas. Na placa de horários aparecem sempre estranhas horas quebradas - 8:05, 10:07- e por aí vai. Pois esta é a hora do inicio do filme. Inicio do filme mesmo não da propaganda ou do trailer. Eu sempre detestei propaganda no cinema. Eu pago para ver um filme e não ser submetido a meia hora de lavagem cerebral. No jornal e na revista é diferente, eu pulo a propaganda e vou ler o artigo que eu quero. No cinema, não. Tenho que assistir tudo e não me deixam nem ficar falando com alguem ao celular enquanto o filme não vem. Para quem vai pouco ao cinema os trailers podem não ser um incomodo mas e quanto ao coitado que é frequentador habitual?
Quando o Janio Quadros assumiu o governo em 1961 tomou uma série de medidas que a intelectualidade criticou muito na época. Diziam que era sensacionalismo. Sem efeito prático algum. Pois uma delas foi proibir propaganda no cinema e limitar os trailers a um ou dois. Já tinha justificado o meu primeiro voto.
Até há pouco tempo atras uma das vantagens que eu colocava do DVD sobre o cinemão era a inexistência ou, pelo menos, a não obrigatoriedade de assistir ao décimo chato trailer de um chato filme. Pois até isto está mudando. Já existem empresas produtoras de DVD que nos obrigam a assistir uma enormidade de trailers sem a possibilidade de saltar imediatamente para o filme. Como nós, que assistimos, descobrimos que podiamos pelo menos acelerar os trailers, até isto eles estão cortando. Muitos DVDs já não permitem que se aumente a velocidade durante os trailers. Estou pensando seriamente em começar a boicotar estas produtoras. Ou quem sabe um deputado, que entre um mensalão e outro, resolva produzir uma lei que restaure um pouco do direito do consumidor de cinema e DVD.
Até a próxima postagem.
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Um comentário:
Realmente, uma das coisas mais irritantes no DVD é a sequência de propagandas, trailers e aquele aviso interminável de que não se pode piratear vídeos. Afinal, alguém assiste ao DVD pela comodidade de não ter que assistir estas bobagens!
Quem sabe algum fabricante de equipamentos possa fazer algo para isto? Acho até que é bem simples, tecnicamente, assim como a quebra das áreas. Ou uma grande campanha, liderada pela Paris?
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