sábado, março 24, 2007

BORAT


Fui ver Borat no cinema. É de bom alvitre não ficar apenas em casa, esparramado no sofá, vendo um DVD. De vez em quando uma ida ao cinema é salutar. É um passatempo que está ficando meio caro, mas ainda vale a pena. E tem promoções interessantes no meio da semana, claro que para quem consegue chegar do trabalho com fôlego suficiente para ainda dar uma esticadinha ao cinema.
Normalmente, eu escolho para ver em cinemão aqueles filmes de super produção, que ocupam a tela inteira e ainda falta espaço, tipo 300 de Esparta, Motoqueiro Fantasma e que tais, mas Borat me chamou tanto a atenção, ou melhor me chamaram tanto a atençaõ sobre Borat, que resolvi não esperar o DVD. Eu acho que, depois de O Código de Da Vinci é um dos filmes mais discutidos dos últimos tempos. Já ouvi muitas opiniões, recomendando, não recomendando, ótimo, detestável, politicamente incorreto, crítico. Procurei assistir mais ou menos isento. Existem teses enormes provando que nunca se assiste nada completamente isento, mas isto é para outra postagem. Minha opinião - É um filme muito interessante. Se gostei? Gostei. Me diverti muito. O cara é muito bom. Li em algum lugar que Sacha Baron Cohen, o ator, só dá entrevistas caracterizado, ou seja, Sacha não dá entrevistas, ele não existe, quem existe é Borat, ou seus outros personagens, um deles até já teve um filme lançado aqui em DVD - Ali G - que é um hip-hopper judeu, mas convicto que é negro. Ali G utiliza a mesma estrutura cômica de Borat, ou seja, a falsa entrevista travestida de seriedade. Ali G não é tão famoso como Borat, suspeita-se até que ele nutra alguma inveja pelo repórter de Cazaquistão.
O diretor do filme é Larry Charles. Larry Charles, junto com Larry David, escreveu, dirigiu e produziu alguns capítulos de Seinfeld com todo aquele humor finissimo do Jerry Seinfeld e agora Larry e Sacha Baron nos apresentam um humor grossissimo neste incrivel "Borat - Cultural Learnings of America For Benefit Glorious Nation of Kazakstan".
Vocês já leram tudo sobre este filme e cada crítico/comentarista conta um pedaço do filme, uma piada, se você juntar tudo não vai precisar ver o filme. Não quero contribuir com isto. Mas como eu tenho ouvido muita gente comentar que o filme é o protótipo do politicamente incorreto e que o humor é feito em cima da ridicularização de minorias e apresentando situações grosseiras, quero dizer que não. O que o Borat faz é forçar as pessoas a mostrarem o seu preconceito, a sua ignorância, de uma maneira tal que vemos que o pensamento de uma grande parte da população do glorioso estado americano, U.N and A como diz Borat, não está muito longe da Glorious Nation of Kazakstan. Mas não resisto, vou contar só uma. Primeiro, para os que ainda não sabem, o filme foi feito como se Borat fosse realmente um repórter do Cazaquistão. As pessoas não participaram de um filme, participaram de uma reportagem feita pelo repórter de um pequeno e pobre país, por sinal hoje estão até entrando na justiça porque receberam qualquer coisa em torno de 100 dólares pelo direito de imagem e o filme está arrecadando milhões. Pois Borat entra em uma loja de armas e pergunta qual a melhor arma para matar um judeu. O dono da loja sem pestanejar indica uma pistola 9mm ou uma 45 como as melhores alternativas. Borat insiste. "-Mas qual a melhor?" O dono da loja "-A mais eficiente seria a 45". Borat é preconceituoso e politicamente incorreto?
Não nego que tem talvez algumas cenas um pouquinho ofensivas para os estomagos mais fracos, uma luta de Borat e seu produtor pelados no quarto do hotel é uma delas. Se for seu caso feche os olhos e aproveite o resto que é muito bom.
Imaginem, só imaginem, o Borat fazendo este filme no Brasil. Aliás, pensando melhor teria que ser uma série. Só com entrevistas de políticos provavelmente teriamos material para algumas temporadas. Fica a idéia para algum cineasta que consiga fazer filmes sem incentivos fiscais.
Voltando ao filme - não percam e vejam de novo quando sair em DeeVeeDee.
Até a próxima postagem.
BORAT CONTRATANDO SERVIÇOS

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