quinta-feira, junho 09, 2011

O CACHORRO (El PERRO)

Este post é muito antigo - dezembro de 2006 - mas trata de um filme argentino, do diretor Carlos Sorin, que eu achei muito interessante. Ainda não é muito conhecido mas valem a pena, o filme e, modéstia de lado, o post. Vai ai para vocês e em homenagem ao Cameraman e seus três cachorros que não ficam devendo em nada à Bombon, o dogo argentino do filme.

O CACHORRO

Os americanos do norte do Rio Grande não tem vergonha em aceitar que o inglês falado na Grã Bretanha apresenta uma qualidade fonética superior ao ingles americano. Mesmo nos estados do Sul, onde se utiliza um dialeto muito semelhante ao inglês, este fato é reconhecido. Nos estados do nordeste, como Massachussets, de maior padrão cultural, existe uma verdadeira compulsão de praticar um inglês o mais próximo possível do praticado pelo antigo colonizador. Na Argentina, apesar do argentino se reconhecer no topo da cadeia da evolução humana, o espanhol de espanha é reconhecido como quase igual ao praticado na Argentina. No Brasil nós não temos nenhuma afinidade com o português de Portugal que consideramos de sonoridade inferior. Ninguem imagina ficar assistindo um programa da TV portuguesa.
Talvez isto explique porque na produção de filmes sejam comuns as parcerias entre estes paises, diretores e atores ingleses participando em filmes americanos e vice-versa, diretores e atores espanhois participando em filmes argentinos e vice-versa. Isto traz diversidade.
Não apenas por isto, mas também por isto, o cinema argentino está vivendo um momento excepcional.
Assisti um dia destes " O Cachorro". Não sei o que mais me marcou neste filme, se o próprio ou o personagem. A história é simples. Na Patagônia um homem idoso perde seu emprego num posto de gasolina e procura sobreviver vendendo facas artesanais. De forma bem sutil vai sendo mostrada a situação falimentar da Argentina. Após prestar um favor para duas mulheres, mãe e filha, ele recebe um cachorro de presente. Um dog argentino que o falecido marido de uma delas pretendia usar para implantação de um canil. A partir daí o filme e a vida deste personagem tomam outro rumo até que uma decepção antológica põe todos os seus planos abaixo. Mas a simplicidade e a tenacidade de nosso personagem acabam pondo tudo no lugar, tudo resumido em uma outra cena, desculpem a repetição, antológica.
Não percam. É cinema de primeira.

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