sábado, agosto 04, 2007

300


Se o Brasil fosse a Grécia antiga, o Rio Grande do Sul seria Esparta. A capa - o poncho, a lança, a vida simples e rude, o machismo, a valentia, a honra da guerra.
300 é um filme totalmente baseado nos quadrinhos de mesmo nome de Frank Miller. Frank Miller todo mundo conhece do Batman - Cavaleiro das Trevas, que ninguem ainda se animou a filmar e de Sin City que rendeu um ótimo filme. O filme 300 é a estória em quadrinhos. Os atores filmaram contra fundo branco ou fundo verde, não sei o que é que estão usando hoje em dia, e depois foram adicionados os cenários dos quadrinhos. Se vocês virem os extras que estão em um disco adicional vão ficar sabendo. Existem cenas, especialmente as de ação, em que o movimento não é o continuo do cinema. O sangue não jorra, são particulas que como que explodem em cada quadro como em sequências estáticas. Então a violência não choca. As cabeças, pernas e braços cortadas fora podem ser vistas por qualquer criança que jogue video game. Os diálogos em algumas partes são absolutamente iguais aos dos quadrinhos o que não traz nenhum demérito. Fica evidente que o diretor Zack Snyder quis fazer exatamente isto. Parece ter agradado porque já está preparando a versão cinematográfica de outro sucesso dos quadrinhos, o excelente Watchmen.
Zack Snyder não seguiu inteiramente o figurino dos quadrinhos onde os espartamos andam nus com apenas uma capa vermelha. Frank Miller parece ter se orientado pelo pintura em óleo de Jacques-Louis David que está no Louvre - Leonidas nas Termópilas.
Existem leituras interessantes em 300. São brancos contra negros e amarelos? São machos contra homosexuais? A caracterização de Rodrigo Santoro como Xerxes é bastante óbvia e é, evidentemente, absolutamente igual aos quadrinhos. Tem uma cena em que Xerxes por trás de Leonidas (Gerard Butler de O Fantasma da Ópera) coloca-lhe as duas mãos nos ombros e tenta convencê-lo a se submeter a ele e reconhece-lo como deus. A resposta de Leonidas ao final do filme, com certo simbolismo, vai ser com uma lança jogada contra o rei persa.
Os espartanos são selvagens. Mas o que eram os gauchos na revolução de 29? No inicio do filme um emissário persa vem oferecer a possibilidade de rendição para Leonidas. Leonidas simplesmente mata todos os emissários. Esta é a resposta. Só para comparar em 29 não existia a rendição, existia a degola.
É um belo filme. Acho que não vai agradar a todos. Mas quem gostou de 300 nos quadrinhos vai gostar do filme. O visual é impressioante. Com o perdão dos puristas eu achei semelhanças com Ran de Kurosawa.
Um bom espetáculo e até a próxima postagem.
TRAILER DE 300

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Um comentário:

Carlos Eduardo da Maia disse...

Eu gostei do 300, achei melhor do que o Sincity. Foi uma grata surpresa.